Jovens dos acampamentos e assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), realizaram na manhã deste sábado (14) um escracho em frente à sede da Braskem, em Maceió (AL). A mineradora é responsável pelo que é considerado o maior crime ambiental em área urbana no país.
“Estamos aqui para falar que esse projeto de mineração não serve ao povo de Maceió, só serve para alguns ricos. A juventude do MST continuará denunciando que a mineração destrói, que a mineração afunda. Só com a resistência e a luta popular é que conseguiremos derrotar esse projeto ”, disse Lucas Neto, do coletivo da Juventude do MST, durante o ato.
A ação denunciou o crime da Braskem na capital alagoana que, com o desgaste da exploração de sal-gema, substância utilizada para a fabricação de soda cáustica e PVC, ameaça a vida de cerca de 40 mil pessoas em quatro bairros em Maceió, com afundamento de solo e tremores de terra.
:::: Entenda: Quatro bairros de Maceió podem desaparecer por conta da ação de mineradora ::::
Os jovens também distribuíram mudas de árvores frutíferas para a população que passava em frente à sede da mineradora, convocando a sociedade para denunciar os ataques da mineração em Alagoas.
Ação da juventude do MST em frente à sede da mineradora Braskem em Maceió, Alagoas / MST Alagoas
“A Juventude Sem Terra está mostrando que está organizando e seguirá lutando, denunciando essa empresa assassina. A juventude está gritando que quer viver", complementou Neto.
A ação de denúncia faz parte da 12ª Jornada da Juventude Sem Terra, que ocorre em todas as regiões do país sob o lema “A Juventude quer viver, derrubar o presidente e ver o povo no poder!”.
Solidariedade como resistência
Este foi o segundo dia de ações do MST em solidariedade às famílias atingidas pela mineração em Maceió. Nesta sexta-feira (13), o MST doou 20 toneladas de comida para as comunidades atingidas. Os alimentos, como macaxeira, batata doce, abóbora, feijão, milho, laranja e banana, são das áreas de acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária no estado.
Ao todo, 20 toneladas de comida produzida no campo alagoano pelos camponeses e camponesas Sem Terra chegaram para as famílias que sofrem com a remoção de suas casas / MST Alagoas
Jislaine Maciel, também do Coletivo de Juventude do MST, reforçou a relação direta da luta pela Reforma Agrária com a luta daqueles e daquelas que foram atingidos pela mineração na capital alagoana.
“No campo, os agricultores e agricultoras combatem diariamente o avanço do agronegócio e sua utilização de veneno que destrói territórios completos. E assim como o agronegócio, a mineração também segue causando destruição por onde passa”, disse a jovem militante.
Muitas das famílias que moravam nos bairros afetados pela ação da mineradora tiveram que abandonar as suas casas antes de que fosse iniciado o processo de realocação, por causa dos riscos de desabamento ou porque as casas simplesmente ruíram.