O ex-deputado federal e presidente nacional do PTB Roberto Jefferson segue preso no Rio de Janeiro após passar por audiência de custódia, por meio de videoconferência. A defesa pediu a conversão da prisão preventiva, decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, em domiciliar, mas o pedido foi negado.
O magistrado instrutor do gabinete de Moraes, Airton Vieira, alegou que o pedido deveria ser analisado pelo ministro do Supremo já que “guarda apreciação por parte do Senhor Relator, haja vista que se confunde, de uma forma ou de outra, com a própria questão principal, é dizer, na parte referente à necessidade”.
O advogado de Roberto Jefferson, Luiz Gustavo Pereira da Cunha, baseou seu pedido em função dos problemas de saúde do ex-parlamentar. Ele também argumentou que Jefferson seria “jurado de morte” por várias facções, segundo o termo.
As audiências de custódia consistem na apresentação da pessoa que foi presa a um juiz, ocasião em que é analisada a prisão sob o aspecto da legalidade e da regularidade do flagrante, se houver, além da necessidade e da adequação da continuidade da prisão. A análise também avalia eventuais ocorrências de tortura ou de maus-tratos, entre supostas irregularidades.
A prisão de Roberto Jefferson e os ataques ao STF
A Polícia Federal identificou que Roberto Jefferson faria parte de milícia digital que tem feito ataques aos ministros do Supremo e às instituições, uma organização que se dividiria em núcleos: de produção, de publicação, de financiamento e político.
Bolsonarista, Jefferson divulga nas redes sociais vídeos e postagens atacando ministros do Supremo. Em um deles, o presidente do PTB fez ameaças aludindo à possibilidade de não realização de eleições em 2022. Ontem, o ex-deputado afirmou que a PF estava na casa de sua ex-mulher. “Vamos ver de onde parte essa canalhice”, disse, em um perfil alternativo intitulado “Bob Jeff Road King”, já que sua conta oficial foi retida pela plataforma após determinação judicial.
Artigo original publicado em Rede Brasil Atual.