O ex-presidente afegão, Hamid Karzai, anunciou a formação de um comitê de coordenação junto com o lideranças do país e o ex-candidato presidencial Abdullah Abdullah para "garantir a transferência pacífica de poder".
A iniciativa de Karzai foi elogiada pelo ministro das relações exteriores do Irã, Javad Zarif, que destacou que Teerã continua com seus esforços de paz. "Esperamos que isso possa levar ao diálogo e a uma transição pacífica no Afeganistão", disse Zarif.
O chanceler iraniano ainda destacou que "violência e guerra, e ocupações, nunca resolvem problemas."
Líderes do Talibã afirmam que a transferência de poder será pacífica. O presidente Ashraf Ghani abandonou o país no domingo (15), mesmo dia que o grupo insurgente tomou a capital.
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ONU e posição dos EUA e China
O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, afirmou em reunião do Conselho de Segurança da ONU nesta segunda-feira (16) que há "relatos assustadores de severas restrições aos direitos humanos" no Afeganistão e que a comunidade internacional precisa agir com "unidade".
"Estou particularmente preocupado com os relatos de crescentes violações dos direitos humanos contra as mulheres e meninas do Afeganistão que temem um retorno aos dias mais sombrios. É essencial que os direitos conquistados a duras penas pelas mulheres e meninas afegãs sejam protegidos", afirmou Guterres.
Cerca de metade dos 38 milhões de afegãos que vivem no país dependem de ajuda humanitária e Guterres destacou que é "essencial" que esses serviços continuem. Ele destacou que a ONU tem instalações em áreas dominadas pelo Talibã e que os profissionais que trabalham nestes locais foram respeitados pelo grupo.
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Já o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, anunciou que conversou sobre a situação no Afeganistão com a chancelaria de Rússia, Canadá e China. No domingo (15), o Departamento de Estado publicou nota afirmando que os afegãos e cidadãos internacionais que desejam abandonar o Afeganistão "devem ter permissão para fazê-lo."
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, afirmou em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (16) que Pequim respeita os desejos e escolhas do povo afegão e espera uma transição pacífica do Talibã.
* Com informações de People's Dispatch e Xinhua.
Edição: Arturo Hartmann