CULTURA

Governo do RJ e Alerj planejam compra do Palácio Gustavo Capanema, alvo de privatização

"Cultura do Rio de Janeiro não está à venda", reclamou presidente da Assembleia, deputado André Ceciliano

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Palácio Gustavo Capanema
Edifício é considerado um marco da arquitetura modernista e tem importância histórica para a cidade - Reprodução

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deputado André Ceciliano (PT), anunciou a possibilidade de um acordo com o governo estadual para comprar o Palácio Gustavo Capanema, no centro do Rio. O edifício é considerado um dos marcos da arquitetura modernista do Brasil e está no alvo das privatizações do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

“Essa ação conjunta será, com certeza, um presente ao Rio de Janeiro, já que no ano que vem vamos celebrar o centenário da Semana de Arte Moderna e o bicentenário da Independência do Brasil. Temos de combater o esvaziamento das instituições socioculturais no nosso estado”, afirmou Ceciliano.

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Na manhã desta quarta-feira (18), o presidente da Alerj se reuniu com representantes de entidades ligadas à cultura e ao patrimônio histórico para discutir o destino do Palácio Capanema, que pode ser colocado à venda pelo governo federal. Ceciliano já sinalizou a possibilidade da compra conjunta do imóvel para garantir a preservação de seu acervo e obras de arte.

Após os rumores sobre a venda do edifício, Ceciliano lamentou a decisão de Bolsonaro. "A Cultura do Rio de Janeiro não está à venda! É inconcebível que um palácio considerado um marco da Arquitetura Brasileira esteja encabeçando o pacote de imóveis que o Governo planeja apresentar no feirão programado pelo Ministério da Economia".

O presidente da Alerj lembrou que o Capanema foi projetado pelo arquiteto Lucio Costa, com a colaboração de Oscar Niemeyer, Carlos Leão, Jorge Machado Moreira, Affonso Eduardo Reidy e Ernani Vasconcellos, durante a Segunda Guerra Mundial.

Participaram da reunião na Alerj representantes de entidades como o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), do Clube de Engenharia, do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio (CAU-RJ), do Conselho de Engenharia e Agronomia do Rio (CREA-RJ), do Instituto Internacional de Arquitetos Paisagistas (IFLA) e do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), além dos sindicatos dos Engenheiros e dos Arquitetos e do Movimento Ocupa MinC.

Manifestação

Na próxima sexta-feira (20), está programada uma manifestação em frente ao edifício, no centro do Rio. O ato vai contar com apresentações musicais, performances artísticas, colagem de cartazes e distribuição de máscaras. Os organizadores lembram que os participantes devem respeitar as regras de distanciamento por conta da pandemia de covid-19.

O Ministério da Economia anunciou na última semana o "feirão de imóveis" que vai acontecer no próximo dia 27, no Rio, com a oferta dos 2.263 edifícios e terrenos federais existentes na cidade.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Eduardo Miranda