O governo estadual de São Paulo definiu que apenas bolsonaristas poderão se manifestar na Avenida Paulista, no próximo dia 7 de setembro, impedindo que o Grito dos Excluídos percorra o tradicional trajeto. Os movimentos populares alegam que a decisão é “incoerente” e representa um “retrocesso” à democracia do país.
Este ano, a manifestação se uniria ao ato “Fora Bolsonaro”. De acordo com a Folha de S.Paulo, o governo Doria se apoia numa decisão judicial de junho do ano passado, que a proíbe ocupação da Avenida Paulista por lados políticos opostos no mesmo dia e estabelece a alternância do local.
O coordenador nacional da Central dos Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bonfim explica que a justificativa da polícia para a escolha entre dois grupos que pleiteiam realizar manifestação na mesma data e local é levar em conta qual deles realizou o último ato no local, no caso, na Avenida Paulista: “A última manifestação contrária ao Bolsonaro, no dia 24 de julho, só teve um pedido de realização, ou seja, não há duplicidade. A última vez que houve um pedido duplo foi no 1º de maio, e os bolsonaristas ficaram com a Paulista. Nós fomos para a Praça da Sé. Então, a gente tem preferência dessa vez”, disse à RBA.
O 27º Grito dos Excluídos, ocorrerá sob o lema “Na luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda, já!”. Em nota, as entidades organizadoras afirmam que o dia de manifestações "pretende ser de denúncia, anúncio e animação diante da difícil realidade em que vivemos, com o desgoverno e avanço descontrolado da pandemia da covid-19, da intensificação da fome, da falta de moradia, do desemprego, da violência, do desmonte das políticas públicas".
*Com informações de Larissa Bohrer e RBA.
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Edição: Mauro Ramos
