TERROR PSICOLÓGICO

Fundação Palmares: Sérgio Camargo é denunciado por assédio moral e perseguição ideológica

MPT pediu o afastamento de Camargo da presidência da Fundação Palmares, além do pagamento de indenização de R$ 200 mil

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O presidente Jair Bolsonaro e Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares - Foto: Reprodução/Twitter

O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, foi denunciado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) por praticar assédio moral, perseguição ideológica e discriminação contra funcionários da instituição. A informação é da TV Globo, exibida no último domingo (29).

A TV Globo teve acesso aos 16 depoimentos contra Sérgio Camargo e, segundo do procurador do MPT, Paulo Neto, todos representam crimes de assédio moral, perseguição ideológica e perseguição. Os alvos de Camargo são, especialmente, o que ele chama de “esquerdistas”. Em uma das denúncias, servidores do órgão dizem que Camargo associa pessoas de “cabelos altos” a malandros.

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“Ele (Sérgio Camargo) diz: ‘Esses homens que têm esses cabelos altos e de periferia são todos malandros'”, afirmou um ex-funcionário da Fundação Palmares ao programa Fantástico. O Ministério Público do Trabalho pediu o afastamento de Camargo, além do pagamento de uma indenização de R$ 200 mil por danos morais.


Sérgio Camargo com dois livros excluídos do acervo / Reprodução/Twitter

Os depoimentos colhidos pelo MPT apontam que houve pedidos de demissão por causa de “um clima de terror psicológico”. Segundo os servidores, Camargo pedia que “se achasse um esquerdista, era para avisar”. Um ex-diretor era chamado pelo presidente da Fundação Palmares de “direita-bundão” por não exonerar os “esquerdistas”.

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Nas redes sociais, o Sérgio Camargo escreveu que “ter orgulho do cabelo é ridículo para o negro” e que o negro orgulhoso de seu cabelo é um “fracassado a serviço do vitimismo”.

Sérgio Camargo é alvo de denúncias na Organização das Nações Unidas (ONU) por parte de organizações do movimento negro brasileiro que apontam violações dos direitos humanos. A ação inédita ocorreu no final de julho deste ano. O apelo enviado foi assinado pela Coalizão Negra por Direitos, entidade que reúne 200 grupos e coletivos negros para promover ações conjuntas de incidência política nacional e internacional.