Diplomacia

"Retirada apressada" dos EUA e da OTAN do Afeganistão pode fomentar o terrorismo, diz China

Chancelaria chinesa afirma que Washington "sabe claramente as causas da atual situação caótica no Afeganistão"

São Paulo (SP) |

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O chanceler chinês, Wang Yi, em evento na Rússia. Pequim critica os EUA pela instabilidade no Afeganistão. - Ministério das Relações Exteriores da Rússia/AFP

O Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, conversou por telefone com o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e criticou os termos da saída dos Estados Unidos do Afeganistão.

O líder da diplomacia chinesa destacou que o objetivo de eliminar os terroristas do Afeganistão nunca foi alcançado e afirmou que a comunidade internacional precisa "guiar ativamente" o Talibã.

"Os Estados Unidos, em particular, precisam trabalhar com a comunidade internacional para fornecer ao Afeganistão uma urgentemente necessária assistência econômica, de subsistência e humanitária, ajudar a nova estrutura política afegã a manter o funcionamento normal das instituições governamentais, manter a segurança social e a estabilidade, conter a desvalorização da moeda e a inflação, e embarcar no caminho da reconstrução pacífica imediatamente", afirma a chancelaria chinesa em nota

Ainda de acordo com o Ministério das Relações Exteriores da China, Wang destacou em conversa com Blinken que a "saída apressada" dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) provavelmente criará uma oportunidade para grupos terroristas do Afeganistão ressurgirem.

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"Qualquer ação a ser tomada pelo Conselho de Segurança da ONU deve contribuir para aliviar as tensões, em vez de agravá-las, e contribuir para uma transição suave da situação no Afeganistão, em vez de um retorno à turbulência", afirma a diplomacia chinesa.

 

Edição: Leandro Melito