Manifestação

Líderes políticos de 26 países lançam alerta sobre golpismo de Bolsonaro

Grupo com ex-presidentes, ministros e congressistas afirma em carta que o 7 de setembro representa uma "insurreição"

São Paulo (SP) |
Ex-capitão do Exército, Bolsonaro tem conhecida e próxima relação com militares, que tem diferentes agentes orbitando dentro do governo
Ex-capitão do Exército, Bolsonaro tem conhecida e próxima relação com militares, que tem diferentes agentes orbitando dentro do governo - Sérgio Lima/AFP

Mais de 150 líderes políticos alertam para os planos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para as manifestações de 7 de setembro por meio de uma carta pública lançada nesta segunda-feira (6). A lista de signatários da carta inclui ex-presidentes, ministros e congressistas de 26 países.

“Estamos seriamente preocupados com a ameaça eminente às instituições democráticas no Brasil — e estamos vigilantes para defendê-las no 7 de setembro e depois. O povo do Brasil tem lutado por décadas para proteger a democracia do regime militar. Bolsonaro não deve ser permitido a roubá-las agora”, afirma o texto.

A missiva conta com a assinatura dos ex-presidentes Rafael Correa (Equador), Ernesto Samper (Colômbia), Fernando Lugo (Paraguai), além do ex-primeiro-ministro da Espanha, José Luis Zapatero. Também participam do manifesto intelectuais como Cornell West e Noam Chomsky.

A carta destaca os ataques de Bolsonaro "contra as instituições democráticas" e afirma que congressistas brasileiros acreditam que os planos do presidente foram inspirados nos acontecimentos de 6 de janeiro de 2021 nos Estados Unidos.

Na ocasião, apoiadores do então presidente Donald Trump invadiram o Capitólio incentivados por uma falsa alegação de fraude nas eleições que terminaram com a vitória de Joe Biden.

Agência de notícias Bloomberg  diz que o Brasil está "no limite"

Veículos de comunicação de fora do Brasil destacam o 7 de setembro bolsonarista com atenção. A rede de televisão Al Jazeera afirma que as manifestações têm como objetivo "incediar a base de extrema direita" de Bolsonaro, que registra seu pior momento nas pesquisas de opinião.

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A agência de notícias Bloomberg publicou texto em que também destaca a queda de Bolsonaro nas pesquisas de opinião e diz que o evento será uma espécie de termômetro das chances de reeleição do atual inquilino do Palácio do Planalto.

“Bolsonaro vê o dia 7 de setembro - Dia da Independência do Brasil - como uma oportunidade de reunir sua base e demonstrar que mantém o apoio de grande número de eleitores, segundo quatro pessoas que têm acesso ao presidente e seus filhos", afirma o texto da Bloomberg.

"É uma chance de mostrar que ele não está sozinho para enfrentar os maiores desafios do país, disseram as pessoas", destaca a agência de notícias.

Já a revista The Economist diz em texto, que aborda as "reformas econômicas" do governo federal, que os atos de 7 de setembro foram convocados por Bolsonaro após o voto impresso ser rejeitado no Congresso e o atual presidente ameaçar as eleições de 2022.

Edição: Leandro Melito