SOLIDARIEDADE

No Paraná, reserva indígena guarani recebe 3,5 toneladas de alimentos

Diante da omissão da Usina de Itaipu, ação capitaneada pelo economista Eduardo Moreira distribuiu alimentos na reserva

Foz do Iguaçu (PR) |
Das 210 famílias que vivem na aldeia, apenas 120 recebem cestas básicas entregues pela hidrelétrica via convênio firmado com a Prefeitura de São Miguel do Iguaçu - Foto: Bruno Soares

O Dia da Independência do Brasil, celebrado nesta terça-feira (7), foi marcado por afeto e solidariedade na Aldeia Ocoy, reserva indígena guarani, no município de São Miguel do Iguaçu, região oeste do Paraná.

Capitaneado pelo economista e escritor Eduardo Moreira, a comunidade recebeu 3,5 toneladas de alimentos, distribuídos em 210 cestas básicas. A ação foi resultado de uma live promovida pelo economista no último dia 18 de agosto com objetivo de angariar recursos diante do suplício enfrentado pelo povo Avá-Guarani que vive às margens do Lago de Itaipu.


Comunidade recebeu 3,5 toneladas de alimentos, distribuídos em 210 cestas básicas / Foto: Bruno Soares

“Recebi emocionado estes vídeos e estas fotos hoje. O Centro de Direitos Humanos e Memória Popular em Foz do Iguaçu coordenou a distribuição de cestas básicas que a comunidade do Instituto Conhecimento Liberta doou para a aldeia Ocoy”, compartilhou Eduardo Moreira em seu perfil no Instagram.

Na mesma postagem, o economista, que tem encampado causas populares em todo o país, destacou o cenário enfrentado pela aldeia. “Eles vivem uma situação de pobreza e abandono por parte do Estado e da empresa Itaipu Binacional. Eu estive na aldeia há algumas semanas e fiquei chocado com o que vi”, desabafou.

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Das 210 famílias que vivem na aldeia, apenas 120 recebem cestas básicas entregues pela hidrelétrica via convênio firmado com a Prefeitura de São Miguel do Iguaçu.

“Essa comida chegou em boa hora. Depois que o Eduardo Moreira esteve aqui, Itaipu nos chamou para uma reunião e disse que iria ver a possibilidade de aumentar a entrega de alimentos. Mas até hoje não aconteceu nada. Se não fosse essa doação, muitas famílias iriam continuar passando dificuldades”, afirmou o cacique Silvano TupãveraCenturion.


Ação de solidariedade marcou o 7 de setembro na aldeia Ocoy / Foto: Bruno Soares

Além da insegurança alimentar, a liderança indígena revelou ao Brasil de Fato Paraná que a comunidade sofre também com a falta de água potável e o desrespeito por parte das autoridades locais.

“É tudo muito difícil. Não é toda aldeia que conta com água potável, isso prejudica demais. Sofremos também por falta de espaço para cultivar e não temos autonomia para cuidar do que é nosso”, contou.

Responsável por coordenar a entrega das cestas básicas, Hamilton Seriguelli, membro da direção do Centro de Direitos Humanos e Memória Popular de Foz do Iguaçu (CDHMP), destacou a opção do órgão por realizar a doação no feriado de 7 de setembro.

“Em um dia marcado pelo golpismo e pelo ataque à nossa democracia, escolhemos o caminho que sempre trilhamos, o do afeto e da solidariedade. A entrega desse alimento não resolve o problema desta comunidade indígena, porém, chama atenção para realidade deste povo que sofre as consequências da falta de assistência no quintal da maior usina hidrelétrica do mundo”, finalizou Seriguelli.

Fonte: BdF Paraná

Edição: Lia Bianchini