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Negras no poder

Encontro de gigantes: Angela Davis conversa com Francia Márquez, pré-candidata na Colômbia

"Chegar à presidência é um meio para dignificar a vida, não um fim em si mesmo", afirmou Francia em encontro virtual

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10.set.2021 às 08h48
Buenos Aires, Argentina
Fernanda Paixão

Angela Davis expressou seu entusiasmo com a candidatura de Francia Márquez à presidência da Colômbia; elas se conheceram pessoalmente em 2010. - Reprodução/Fernanda Paixão

Francia Márquez Mina é um nome a se conhecer e acompanhar. Ela pode vir a ser a primeira mulher negra na presidência da Colômbia. Sua pré-candidatura, anunciada em julho, já rompe muitas barreiras: ela é a primeira mulher negra a aspirar o cargo no país.

Advogada e ativista ambiental, Francia Márquez liderou um importante movimento para impedir a exploração de uma empresa de mineração em sua comunidade, La Toma. Foi nesse contexto que conheceu Angela Davis, ativista negra e feminista norte-americana. Desde então, em 2010, o reconhecimento internacional de Francia foi, merecidamente, crescente.

Ao receber o prêmio máximo de reconhecimento aos defensores da natureza, o Goldman Environmental Prize, em 2018, ela discursou em homenagem aos saberes ancestrais da sua comunidade.

"Na nossa comunidade, aprendemos que a dignididade não tem preço. A amar e valorizar o território como espaço de vida, e a lutar por ele, inclusive pondo em risco nossa própria vida", disse, com a voz entrecortada, ainda pouco acostumada aos holofotes.

Agora, em fase de coleta de assinaturas para a candidatura para a eleição presidencial de 2022, Francia eleva sua voz, que é a voz de muitos, em um país marcado pela violência contra a população negra e o assassinato de defensores dos direitos humanos.

::Entrevista: "O direito à vida é um direito básico, e isso deve incluir a terra", diz Angela Davis::


Francia Márquez e integrantes da sua campanha "Soy porque somos" na Colômbia. / Reprodução

Segundo o grupo internacional Global Witness, só em 2019 foram assassinados 64 ativistas ambientais na Colômbia, tornando o país o lugar mais perigoso do mundo para os defensores do meio ambiente.

Seu movimento político na candidatura leva o nome "Soy Porque Somos", da filosofia ubuntu que remete ao reconhecimento mútuo, também utilizado por Marielle Franco e muitas outras mulheres negras em suas lutas: "eu sou porque nós somos". 

:: Leia também: Na imensidão da guerrilha, um encontro com o ELN ::

Encontro de gigantes

Referência para movimentos de mulheres negras em todo o mundo, Angela Davis tem apoiado a candidatura de Francia Márquez à presidência da Colômbia. "Me dá muito orgulho e entusiasmo, não só pela Francia, mas pelo povo negro colombiano, pelos indígenas, pelos pobres, pelas mulhers negras na Colômbia, na América Latina e em todo o mundo", proferiu, com um sorriso, em uma conferência virtual no último dia 7.

A ocasião foi um encontro online entre Angela Davis e Francia Márquez, onde levantaram temas como a violência em territórios racializados, a crise climática e a questão da representatividade em espaços de poder.

"Nossa luta não é apenas para desmantelar especificamente a institucionalização da violência do Estado", ressaltou Angela Davis, ao criticar o sistema carcerário que vitimiza as populações negras no mundo.

"Mais do que isso, nossa perspectiva é reconhecer que não podemos focar apenas nas prisões e nas estruturas policiais, mas ver um cenário maior, fazer-nos perguntas maiores. Talvez uma dessas perguntas seja: como nossa sociedade deve ser para que não dependamos da violência do Estado?", questionou.

Em mais de dois meses de greve nacional neste ano, a Colômbia contabilizou mais de 40 assassinatos nas repressões dos protestos em Cali, cidade com maior população afrodescendente no país e a segunda maior da América Latina.

::Dois meses de greve geral na Colômbia: veja o que mudou::

Nesse sentido, Francia relembrou um protesto em uma prisão na Colômbia, em março deste ano, em que os presos reivindicavam melhores condições sanitárias no contexto da pandemia: o resultado foram 23 mortos e mais de 83 feridos pelas mãos do Estado.

"Há alguns anos, em uma conferência do governo, um funcionário contava com muita alegria que haviam construído a maior prisão da América Latina aqui na Colômbia", contou Francia. "Na época, eu estava batalhando para pagar minha universidade. Me parecia incrível que se estivesse celebrando a maior prisão da região, sem nunca termos ouvido algo semelhante sobre uma universidade", destacou, para concluir em seguida: "O sistema carcerário na Colômbia é uma continuação da escravidão."

Quando a mulher negra se levanta

Sempre retomando os saberes ancestrais, a pauta ambiental não é, para Francia, um tema à parte, mas parte do todo. "Somos vítimas da necropolítica, e os territórios racializados são os que mais sofrem a crise ambiental. Os ricos estão buscando outros planetas, mas é desse aqui que temos que cuidar", pontuou.

Angela Davis destacou que "a esperança é uma disciplina", apontando para o que Francia está fazendo na Colômbia. "Quando mulheres negras se levantam, o mundo se levanta com elas", disse, ressalvando, depois, que não é suficiente que uma pessoa seja negra para que isso signifique avanços para a população.

"Algumas pessoas estão muito emocionadas com a Kamala Harris na vice-presidência dos Estados Unidos", pontuou Davis. "Mas temos que ver as políticas e perguntar-nos se, por exemplo, Barack Obama, durante o tempo em que esteve na presidência, representou da maneira mais efetiva as pessoas pobres, negras, transgêneras. Temos que fazer a mesma pergunta sobre a Kamala Harris. A mudança não acontece pelo simples fato de alguém ser parte de um grupo oprimido", concluiu.

Em concordância, Francia completou, sobre sua candidatura: "Para mim, ocupar um cargo no Estado não é a finalidade; a finalidade é dignificar a vida, é viver em lugares mais justos e dignos para todos. Chegar à presidência da Colômbia é um meio", afirmou.

O potente encontro foi celebrado pelas ativistas em uma militância em conjunto e como exemplo de solidariedade internacional. Com Angela nos Estados Unidos e Francia na Colômbia, ambas concordaram que, em tempos de pandemia, fica cada vez mais evidente que as respostas às perguntas mais complexas e profundas sobre os problemas das nossas sociedades, aprofundados com a covid-19, emergem da coletividade.

Editado por: Vinícius Segalla
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