CAPACITAÇÂO

Projeto Informações e Registros em Saúde trabalha a importância do SUS e da Atenção Primária

Foram produzidos diversos materiais de forma colaborativa para que a atuação do agente seja ainda mais consciente

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No Brasil, a maior parte dos agentes comunitários de saúde são mulheres
No Brasil, a maior parte dos agentes comunitários de saúde são mulheres - Flickr
A iniciativa conta a participação de professores e pesquisadores e agentes comunitários de saúde

O Agente Comunitário de Saúde (ACS) é um profissional importante na Atenção Primária à Saúde (APS), logo fundamental para o Sistema Único de Saúde (SUS). O Projeto Informações e Registros em Saúde busca trabalhar não só a importância desse profissional, mas também a forma como a sua função está sendo desenvolvida .

A professora e pesquisadora da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) e também participante do projeto, Bianca Leandro explica que esse agente é um profissional da Atenção Básica, que produz informações para o SUS e registros em saúde não só das pessoas, mas de famílias e do território.

Dessa forma, para que o trabalho desse profissional não seja, apenas, uma coleta de dados mecânica, a pesquisadora afirma que ele precisa ter entendimento do que coleta e porque ele coleta, além de ser ativo na produção de informação em saúde de forma qualificada e crítica. 

"Com essa base, com esse intuito é que aqui na Escola Politécnica do Laboratório de Educação Profissional em Informações e Registros em Saúde (Lires/EPSJV), a gente vem desenvolvendo o Projeto Informações e Registros em Saúde para formação do agente comunitário de saúde e produção de ebook interativo. Uma perspectiva é de que a gente possa ter um material sobre informação e registro no trabalho do agente comunitário de saúde e para isso contamos com a participação de diferentes professores, pesquisadores, de agentes de saúde de diversas partes do Brasil, seja na escrita de conteúdo ou participando de rodas de conversa". 

Em agosto de 2021, o projeto completou um ano. Nesse tempo foram realizadas treze rodas de conversa com a participação de 24 atores estratégicos no seu cotidiano de trabalho.

"Nessas rodas de conversa foram discutidos principalmente o papel do agente comunitário em saúde enquanto produtor de informação, seja lidando com as fichas de informação, seja com os sistema de informação, seja a discussão sobre a ética da produção para análise da situação de saúde. Então, são elementos estratégicos chaves tanto para pensar a atenção primária à saúde como também para pensar a atuação desse profissional". 

O projeto 

A iniciativa tem um espaço no site da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venância (ESPJ), sendo que três produtos principais foram elaborados ao longo desse um ano: o Termo de Referência Metodológico, um documento que sistematiza os principais passos feitos pela equipe do projeto para a realização das rodas de conversa virtuais com docentes, pesquisadores e agentes comunitários de saúde, as rodas de conversas virtuais e uma nuvem de palavras dinâmica

A participante do projeto, Bianca Leandro acredita que as ações podem ser adaptadas para outros profissionais do setor da saúde, da educação e de instituições de ensino, assim como de grupos de pesquisa e em construções compartilhadas de conhecimento. 

"A gente também fez uma sistematização das rodas de conversa, onde a gente apresenta o relato de cada roda, mas também analisa o conjunto delas, do que a gente tem de temas geradores importantes e elaboramos também uma nuvem de palavras dinâmicas onde destacamos quais foram os principais elementos de informação e registros, que saíram das rodas de conversa. Eu convido a todos a visitar o site e a conhecer e compartilhar o material e a usá-lo". 

Edição: Anelize Moreira