Paris teceu duras críticas após a Austrália abandonar um acordo com a companhia francesa Naval Group de 2016 para renovar sua frota de submarinos. O negócio tinha um orçamento de aproximadamente US$ 90 bilhões, cerca de R$ 470 bilhões. Os australianos optaram por entrar no pacto militar "Aukus", assinado com Estados Unidos e Reino Unido.
“É realmente uma facada nas costas. Estabelecemos uma relação de confiança com a Austrália, essa confiança foi traída ”, disse o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, à imprensa francesa, de acordo com o jornal The Guardian.
A ministra francesa da Defesa, Florence Parly, afirmou em comunicado conjunto com o chanceler que a decisão de Camberra é "lamentável" e fragiliza a "autonomia estratégica europeia”.
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A Naval Group tem um acordo com a Marinha do Brasil, que também prevê a renovação da frota de submarinos brasileiros e a construção de um submarino de propulsão nuclear no Brasil, além de negócios com Índia, Malásia, Bélgica, Holanda e Egito.
Em uma coletiva de imprensa conjunta e remota, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e o primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, anunciaram a criação do Aukus e a construção de submarinos nucleares em solo australiano.
“Precisamos ser capazes de abordar o ambiente estratégico atual na região e como ele pode evoluir, porque o futuro de cada uma de nossas nações e, na verdade, do mundo, depende de um Indo-Pacífico livre e aberto, duradouro e florescente no décadas à frente ”, disse Biden.
Embora a China não tenha sido citada na coletiva, o anúncio ocorre em um contexto de acirramento das tensões no mar do sul da China. A área é uma importante rota de navegação e foco de tensão entre os países da região.
Edição: Arturo Hartmann