DESMATAMENTO

Derrubada de árvores por empreendimento do Opportunity é paralisada após pressão popular

Moradores da Tijuca e lideranças denunciaram corte de mais de 300 árvores e fuga de animais da Mata Atlântica

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Tijuca arvores
Vereador Reimont publicou imagens de antes e depois do início da derrubada de árvores no bairro da zona norte do Rio - Reprodução

A Secretaria municipal de Meio Ambiente do Rio determinou a paralisação imediata das obras de um empreendimento imobiliário do Grupo Opportunity em área tombada e com árvores na Tijuca, bairro da zona norte da capital fluminense. A decisão foi tomada na última quarta-feira (15), após a repercussão negativa entre moradores do bairro e de organizações civis e ambientais.

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O Ministério Público do Estado (MP-RJ) já havia recomendado a interrupção das obras no trecho que pertencia ao Colégio Batista Shepard para que sejam feitas novas avaliações técnicas sobre as licenças concedidas para o empreendimento no local.

A Ouvidoria do MP-RJ também recebeu denúncias sobre a suposta remoção de 355 árvores e as sondagens no solo para a construção imobiliária. Segundo o MP, diante da falta de laudo conclusivo sobre a necessidade de se adaptar ou modificar aspectos das licenças deferidas, e do risco iminente de danos ambientais irreversíveis, ficou determinada a paralisação.

Em reunião na última terça-feira (14), foram colhidas informações e prestados esclarecimentos. Desde o dia 31 de agosto, quando teve início a remoção de árvores, o local se tornou palco de diversos protestos por parte de moradores das proximidades, contrários ao empreendimento e seus possíveis impactos.

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Nesta quinta-feira (16), a Comissão Especial dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), presidida pelo mandato do vereador Reimont (PT),  promoveu uma Audiência Pública com moradores da cidade e autoridades públicas para debater a questão. 

"A prefeitura autorizou o corte de 340 árvores na boca da floresta. Quando nos organizamos para barrar este absurdo, mais de 300 árvores já haviam sido cortadas. Tucanos, micos, sabiás, pica-paus, bem-te-vis, todos desnorteados pelos arredores do desmatamento", disse Reimont, em crítica à autorização dada pela prefeitura antes da decisão pela paralisação.

Em nota nas redes sociais, o representante da empresa de reflorestamento Biovert, que atua junto ao Grupo Opportunity, argumentou que o projeto prevê medidas de compensação ambiental, como o replantio de 18 espécies da Mata Atlântica na área do terreno e a proteção de 62 espécies, além do replantio de 2.805 árvores".

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Eduardo Miranda