Nesta terça-feira (28), a CPI da Covid escuta advogada Bruna Morato. Ela defende os ex-médicos da Prevent Senior que denunciaram a pressão da empresa para a utilização do kit covid.
Aos senadores, os documentos apurados pelos parlamentares e o depoimento de Pedro Benedito Batista Júnior, diretor-executivo do plano de saúde Prevent Senior, mostraram fortes indícios de que a operadora está diretamente ligada ao gabinete paralelo, à promoção do tratamento precoce e à ocultação de mortes por covid-19.
Assista ao depoimento ao vivo:
Ocultação da causa das mortes
Uma mensagem em um grupo de coordenadores da empresa, exibida durante a sessão, determinou que após 14 dias, para os pacientes enfermaria e apartamento, e 21 dias, para pacientes com passagem em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), o código da doença deveria ser alterado para qualquer outro que não fosse o da covid-19. Para os senadores, isso indica que dentro dos hospitais da Prevent Senior morreram por covid-19, mas tiveram a causa do óbito ocultada.
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Tratamento precoce
A Prevent Senior também é responsável por produzir um estudo observacional da aplicação de remédios do tratamento precoce em 636 pacientes, como informou o próprio diretor-executivo da empresa, durante a sessão da CPI. Uma reportagem da GloboNews, entretanto, mostrou uma rotina de pressão sob os médicos para a prescrição de determinados medicamentos do tratamento precoce: cloroquina, azitromicina, ivermectina e a flutamida, este último normalmente indicado somente em casos de câncer de próstata.
Documentos enviados pela Prevent Senior à CPI mostram que uma das principais farmacêuticas fornecedoras dos medicamentos do kit covid é a Vitamed. A empresa é a mesma que financiou a publicação em jornais e revistas de um manifesto pró-tratamento precoce do grupo “Médicos pela Vida”, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O executivo da farmacêutica Vitamed, Jailton Batista, confirmou à CPI que a empresa financiou o manifesto, com R$ 717 mil.
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O estudo observacional da Prevent Senior foi utilizado pelo Ministério da Saúde, que incorporou os relatórios da empresa em seus próprios protocolos. O diretor da Prevent afirmou à CPI que a empresa em si não desenvolveu qualquer protocolo.
Edição: Vivian Virissimo