AINDA EM 2021

Oposição pede impeachment do presidente do México

Frente de direita contra López Obrador entregou denúncia e convocou marcha para 9 de outubro

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |

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Opositores de direita acusam AMLO de ser um 'ditador bolivariano' e pedem seu impeachment ainda em 2021 - Pedro Pardo / AFP

O coordenador da Frente Nacional contra Andrés Manuel López Obrador, Gilberto Lozano, entregou o pedido de impeachment contra o presidente mexicano à Câmara de Deputados, na última terça-feira (28). A "Frena", composta por 67 "porta-vozes", que se dizem "apolíticos", também convoca uma manifestação nacional na Cidade do México, no dia 9 de outubro para exigir a revogação do mandato presidencial. 

A denúncia contem 84 páginas e 22 anexos, acusando o atual chefe de Estado de abuso de autoridade, negligência da gestão da pandemia e omissão em relação à segurança pública do México. Ainda apontam como motivos para o impeachment a contratação de médicos cubanos e a recepção dos diálogos entre governo e oposição da Venezuela. 

Lozano é empresário e foi secretário de governo durante a gestão de Vicente Fox (2000-2006) — um dos ex-presidentes que poderá ser investigado por crimes contra o Estado.

Além da Frente Nacional Anti-AMLO, Gilberto Lozano é fundador do Congresso Nacional Cidadão e da Evolução Mexicana, organizações civis que propõem "varrer o lixo do México". 

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No seu site, a Frente, criada em 2020, auto intitula-se como um movimento social, que não se tornará um partido político. Seu objetivo é derrubar o "ditador bolivariano antes de 30 de novembro deste ano". A saída de AMLO antes da metade do seu mandato implicaria numa nova eleição geral.

Nesta quinta-feira (30), López Obrador afirmou que as transformações sociais do México sempre foram acompanhadas de resistência do pensamento conservador, mas que nem por isso serão restritos os espaços de debate para a opinião pública. Para o mandatário, o país vive momentos "estelares" da história ao se revelar pelo menos duas correntes políticas: uma liberal e outra conservadora.

"Como conservadorismo podemos incluir o fascismo, o militarismo, o neoliberalismo, e ao liberismo podemos incluir o comunismo, o socialismo e o que costumam taxar de populismo", declarou.

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No dia 14 de setembro foi publicada a lei federal de revogação de mandato, que prevê a possibilidade de realização de um referendo para substituir governantes, a partir da metade da gestão. No caso de AMLO, seria a partir de 2022.

A lei prevê que são necessárias assinaturas de 3% do eleitorado dos 17 estados do país para acionar o processo do referendo revogatório. Se a consulta tiver pelo menos 40% de participação e a maioria absoluta votar pelo fim do mandato, o presidente deve deixar o cargo.

Edição: Thales Schmidt