A jornada de manifestações pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro que ocorreu neste sábado (2) em mais de 250 cidades brasileiros e de outros países ganhou destaque na imprensa internacional. O jornal The Guardian classificou os atos como "massivos" e destacou que a aprovação do mandatário continua a cair.
"Dezenas de milhares de manifestantes voltaram às ruas das maiores cidades do Brasil para pedir o impeachment de Bolsonaro enquanto pesquisas mostram que os índices do presidente atingiram novas quedas", destaca o jornal.
Ainda segundo o periódico britânico, os brasileiros foram às ruas para manifestar sua revolta contra "a resposta de Bolsonaro ao surto de covid que já matou quase 600 mil pessoas e causou um duro golpe à economia do país sul-americano".
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Já a emissora Telesur destacou que mais de 15 capitais em todo o país registraram manifestações. "Organizações sindicais, estudantis e civis realizaram em conjunto mais de 300 convocatórios em 250 cidades com o chamado para tirar Bolsonaro do Palácio do Planalto diante do crescente mal-estar por sua gestão que mantém o país em uma profunda crise", disse.
A rede multiestatal ainda lembrou que os atos deste sábado acontecem "um ano antes das eleições presidenciais no país sul-americano, nas quais o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém uma boa projeção para ser reeleito".
Na Argentina, o jornal Página12 classificou os protestos como "multitudinários" e destacou que os manifestantes reclamam contra a "inflação, o desemprego e uma gestão da pandemia que deixou 600 mil mortos".
O periódico ainda destacou a presença de outras forças políticas de centro e de direita nas manifestações como o MDB, o PDT e o PSB.
Já a agência alemã Deutsche Welle lembrou que este é o sexto ato contra Bolsonaro desde maio, "quando esses movimentos e partidos decidiram voltar às ruas após um ano evitando manifestações por causa da pandemia de covid-19".
Ainda segundo a DW, as manifestações são marcadas pela "defesa da democracia e de políticas públicas que reduzam a fome e a pobreza no país, agravadas pela pandemia".
A agência France Press (AFP), por sua vez, destacou a existência de mais de 100 pedidos de impeachment contra o presidente brasileiro e que o presidente da Câmara, Arthur Lira, "se recusa a aceitar qualquer um deles". "A Suprema Corte já determinou diversas investigações contra Bolsonaro e seus aliados, inclusive por espalhar informações falsas", lembra a agência.
A AFP também pontuou que uma pesquisa do Instituto Datafolha de setembro colocou Bolsonaro atrás de Lula nas intenções de voto para as eleições presidenciais de 2022.
A italiana Ansa deu destaque aos protestos em São Paulo, que "se concentrou em frente ao Masp, na Avenida Paulista, que teve pelo menos oito quarteirões tomados pelos manifestantes". A agência também mencionou que "os ex-presidenciáveis Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (Psol) marcaram presença no ato na cidade mais populosa do país".
Em Recife, lembrou a Ansa, "um homem dirigindo um Jeep Renegade preto atropelou e arrastou uma manifestante de 29 anos que participava do protesto contra Bolsonaro". "O motorista, que segue em liberdade, fugiu sem prestar socorro à vítima, que chegou a ser levada a um hospital para atendimento médico", finalizou.