A gigante do setor imobiliário da China Evergrande Real Estate suspendeu suas transações na bolsa de valores de Hong Kong nesta segunda-feira (4). Com uma dívida de US$ 309 bilhões (cerca de R$ 1,16 trihão), a medida busca proteger a companhia de uma queda ainda maior de suas ações.
Na última semana, a Evergrande levantou cerca de US$ 1,5 bilhão após vender parte de sua participação no banco Shenyang Shengjing Bank para uma empresa estatal de gestão de ativos.
A segunda maior empresa do setor imobiliário da China também acaba de negociar um mês de carência para pagar juros de títulos no valor de US$ 83,5 milhões (cerca de R$ 450 milhões) a sócios chineses. Já os títulos com vencimento no próximo ano, que estão relacionados à agências financeiras internacionais, estão sendo negociados a 26 centavos de dólar nesta semana.
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Meios locais indicam que a empresa chinesa Hopson Development Holding planeja adquirir 51% das ações da Evergrande, numa operação equivalente a US$ 5,1 bilhões (cerca de R$ 27,5 bilhões).
Nos últimos dez dias, o Banco do Povo da China injetou US$ 123 bilhões (cerca de R$ 664 bilhões) para aumentar a liquidez da economia chinesa.
Enquanto isso, permanecem as intervenções de governos municipais e provinciais nas sedes da empresa para garantir que suas obras sejam concluídas. Na cidade de Guangzhou, sul do país, o governo local determinou que as receitas de uma subsidiária da Evergrande devem ser depositadas em uma conta do governo para que “os interesses dos compradores de casas possam ser protegidos”.
Outra agência imobiliária na cidade vizinha de Zhuhai também pediu que os lucros das vendas fossem depositados em uma conta do governo.
A possível bancarrota da empresa deixa o mercado chinês e internacional em alerta. O setor imobiliário movimenta 13% do Produto Interno Bruto chinês e foi responsável por 1/3 do crescimento econômico do país nos últimos 10 anos. Já a dívida da Evergrande representa cerca de 2% do PIB.
Edição: Thales Schmidt