A falta de uma política de segurança alimentar e de controle de preços desde o golpe de 2016 levou a inflação a patamares quase esquecidos nos últimos 20 anos. Os salários começaram a perder o poder de compra e a carestia se instalou novamente.
A explicação é do coordenador do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Rio Grande do Sul (DIEESE/RS), Ricardo Franzoi. Ele cita o conceito em voga entre os economistas, o do crescimento em “K”. Nele, “a perna de cima representa os ricos que ficam cada vez mais ricos e a perna de baixo representa os pobres que ficam cada vez mais pobres”.
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Mínimo deveria ser de R$ 5,6 mil
No Rio Grande do Sul, a carestia fica evidente com o preço da cesta básica nas alturas. Pesquisada pelo DIEESE, a cesta chegou a R$ 664,67 em agosto na Capital.
Franzoi explica que a soma se refere ao que gasta em alimentos básicos uma só pessoa. Mas para uma família de dois adultos e duas crianças, o número deve ser multiplicado por três chegando perto de R$ 2 mil.
Por isso, a defasagem do salário-mínimo está cada vez maior. Hoje, o mínimo deveria de ser de R$ 5,6 mil em vez dos minguados R$ 1,1 mil que os trabalhadores recebem.
A pesquisa feita mensalmente pelo DIEESE desde 1955 é baseada numa tabela de produtos consumidos por famílias de renda baixa, incluindo carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, legumes, pão, café, frutas, açúcar, óleo e manteiga.
Na pesquisa do Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas (IEPE), da UFRGS, os 51 produtos analisados passaram a custar R$ 1.070,84, avanço de 19,1% nos últimos 12 meses.
Fonte: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Ayrton Centeno