Assim, não poderia ficar batendo no peito dizendo que venceu as eleições
O monstro sabe que vai perder as eleições em 2022 e não para de procurar um jeito de melar o processo eleitoral.
Esse negócio de voto impresso é uma desculpa em que só seu gado desmiolado acredita. Se o sistema atual fosse voto impresso, ele ia falar que só aceitaria o resultado se as urnas fossem eletrônicas.
Mas eu também tenho uma queixa sobre o atual sistema eleitoral. Já falei isso aqui antes, e repito: acho que falta um tipo de voto.
Mais causos: Viajando de jardineira
Pensando nas eleições para presidente, hoje, existem o voto num candidato, o voto em branco e o nulo.
Minha proposta de há muitos anos é a criação do voto contra.
As alternativas deveriam incluir o voto contra alguém.
Vejamos um exemplo prático. Se no primeiro turno o candidato A tiver 40 milhões de votos a favor e 15 milhões contra, fazemos a subtração e ele fica com 25 milhões de votos válidos.
Mais causos: Comício em Petúnia
Se o candidato B tiver 35 milhões de votos a favor e 5 milhões de votos contra, ele fica com 30 milhões de votos. E o candidato C, se tiver 30 milhões de votos a favor e dois milhões de votos contra, fica com 28 milhões de votos.
Então, iriam para o segundo turno o candidato B, que ficou com um saldo de 30 milhões de votos, e o candidato C, com 28 milhões. O candidato A, mesmo tendo tido mais votos a favor, ficaria de fora, porque seu saldo foi de 25 milhões de votos, é menor que os outros dois. Sinal que não gostamos dele.
No segundo turno, mesma coisa. Nosso voto poderia ser a favor ou contra um candidato. Se um deles tiver 50 milhões a favor e 30 contra, fica um saldo de 20 milhões de votos. Se o outro tiver 30 milhões de votos a favor e 5 milhões contra, ainda lhe sobram 25 milhões, então ganha do outro que teve mais votos a favor, mas muito mais votos contra.
Mais causos: O beijoqueiro
Isso facilitaria, por exemplo, para o caso de irem para o segundo turno um candidato que a gente não quer votar e outro que a gente odeia, do tipo que dizemos: “Ele não!”. Votamos contra esse maldito, diminuindo o saldo dele.
Na prática o resultado seria o mesmo, mas com uma diferença: o eleito saberia muito bem que a gente votou contra o outro e não nele. Assim, não poderia ficar batendo no peito dizendo que venceu as eleições.
Saberia que é ruim, só que o outro é pior. Não ganhou, o outro é que perdeu. O que acham?
*Mouzar Benedito é escritor, geógrafo e contador de causos. Leia outros textos.
**Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.
Edição: Daniel Lamir