Mobilização

Sem-teto acampam em frente à prefeitura de São Paulo e cobram programa de moradia

Representantes do MTST se reunirão com prefeito Ricardo Nunes nesta quinta para cobrar política de moradia popular

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Acampamento do MTST permanecerá pelo menos até audiência com prefeito Ricardo Nunes - MTST/Divulgação

Centenas de manifestantes instalaram na tarde desta quarta-feira (13) um acampamento diante do prédio da prefeitura de São Paulo, no Viaduto do Chá, região central. Organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), as famílias cobram do prefeito Ricardo Nunes (MDB) abertura de diálogo.

De acordo com o movimento, a prefeitura não vem atendendo aos apelos dos sem-teto para que sejam incluídos na discussão para implementação do programa Pode Entrar, para construção de moradia popular. “O MTST não pretende sair do local sem que uma comissão seja recebida por Ricardo Nunes para um diálogo honesto sobre o tema”, afirma o movimento.

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A prefeitura se comprometeu a receber representantes dos sem-teto às 10h desta quinta (14), segundo Felipe Vono, da coordenação do MTST. De acordo com Felipe, o acampamento permanecerá no local pelo menos até essa reunião, cujo resultado será avaliado em seguida.

“Queremos que o prefeito assuma o compromisso com a implantação imediata do programa habitacional Pode Entrar. Mas é importante que o programa dê efetivamente prioridade à população de baixa renda”, afirmou o coordenador do movimento à RBA.

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Militantes do MTST ocupam Bolsa de Valores em protesto contra desemprego e inflação nesta quinta-feira (23) em São Paulo / Divulgação MTST

A ação desta quarta começou com concentração na Praça da República, no centro da capital. Em seguida, as centenas de famílias de sem-teto caminharam até o prédio da prefeitura portando faixas, cartazes, lonas, alimentos e panelas.

Contingente de sem-teto cresce a olho nu

O movimento observa que a administração municipal discute a revisão do Plano Diretor Estratégico da cidade, com metas para 2030. Mas que não tem aberto diálogo nem com movimentos sociais, nem com setores especializados em projetos para uma reforma urbana.

“Enquanto isso, o contingente de pessoas em situação de rua cresce vertiginosamente, numa crise visível a olho nu pela ruas da cidade. Trata-se do segmento mais vulnerável da população, vítimas do desemprego, da alta do custo de vida e do preço dos alimentos, da falta de condições de manter uma moradia digna. A consequência é a volta do desespero e da fome“, diz Felipe Vono.

“Foram inúmeras as tentativas de diálogo ignoradas. Sendo assim, não restou opção a não ser ir até a porta da prefeitura e permanecer lá enquanto for necessário”, afirma o movimento.