Centenas de manifestantes instalaram na tarde desta quarta-feira (13) um acampamento diante do prédio da prefeitura de São Paulo, no Viaduto do Chá, região central. Organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), as famílias cobram do prefeito Ricardo Nunes (MDB) abertura de diálogo.
De acordo com o movimento, a prefeitura não vem atendendo aos apelos dos sem-teto para que sejam incluídos na discussão para implementação do programa Pode Entrar, para construção de moradia popular. “O MTST não pretende sair do local sem que uma comissão seja recebida por Ricardo Nunes para um diálogo honesto sobre o tema”, afirma o movimento.
:: Cozinha Solidária da Azenha é despejada de espaço abandonado em Porto Alegre ::
A prefeitura se comprometeu a receber representantes dos sem-teto às 10h desta quinta (14), segundo Felipe Vono, da coordenação do MTST. De acordo com Felipe, o acampamento permanecerá no local pelo menos até essa reunião, cujo resultado será avaliado em seguida.
Manifestação do @mtst agora em frente à Prefeitura de São Paulo contra os despejos e pela garantia dos compromissos de moradia popular! pic.twitter.com/0qPAi1aXMD
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) October 13, 2021
“Queremos que o prefeito assuma o compromisso com a implantação imediata do programa habitacional Pode Entrar. Mas é importante que o programa dê efetivamente prioridade à população de baixa renda”, afirmou o coordenador do movimento à RBA.
:: “O povo não consegue mais pagar aluguel”, diz moradora da maior ocupação do Paraná ::
A ação desta quarta começou com concentração na Praça da República, no centro da capital. Em seguida, as centenas de famílias de sem-teto caminharam até o prédio da prefeitura portando faixas, cartazes, lonas, alimentos e panelas.
Contingente de sem-teto cresce a olho nu
O movimento observa que a administração municipal discute a revisão do Plano Diretor Estratégico da cidade, com metas para 2030. Mas que não tem aberto diálogo nem com movimentos sociais, nem com setores especializados em projetos para uma reforma urbana.
“Enquanto isso, o contingente de pessoas em situação de rua cresce vertiginosamente, numa crise visível a olho nu pela ruas da cidade. Trata-se do segmento mais vulnerável da população, vítimas do desemprego, da alta do custo de vida e do preço dos alimentos, da falta de condições de manter uma moradia digna. A consequência é a volta do desespero e da fome“, diz Felipe Vono.
“Foram inúmeras as tentativas de diálogo ignoradas. Sendo assim, não restou opção a não ser ir até a porta da prefeitura e permanecer lá enquanto for necessário”, afirma o movimento.