O ministro de Govero da Bolívia, Eduardo Del Castillo, afirmou que seu país irá solicitar a extradição do ex-ministro de Defesa Luis Fernando López ao Brasil. López é acusado de ser o autor intelectual da tentativa de magnicídio contra o presidente Luis Arce em novembro de 2020 e está foragido da justiça boliviana desde o ano passado.
Segundo a Polícia Boliviana, López teria fugido da Bolívia para o Brasil logo após a posse de Luis Arce, em novembro de 2020, e ainda permanece em território nacional. O ex-funcionário do governo de Jeanine Áñez teria entrado no Brasil por Corumbá, Mato Grosso do Sul, no dia 5 de novembro. O ingresso não foi confirmado pela Polícia Federal.
Bolivia solicitó a la justicia del Brasil poder extraditar a Fernando López Julio, pues se presentaron los elementos correspondientes de que está involucrado en el intento de magnicidio al ahora presidente Luis Arce.#EstamosSaliendoAdelante pic.twitter.com/nCTJok3Z96
— Ministerio De Gobierno Bolivia (@MindeGobierno) October 21, 2021
A Bolívia e o Brasil assinaram um tratado de extradição em 1942 para facilitar os processos jurídicos em ambos países.
O Brasil de Fato questionou o Ministério das Relações Exteriores se haverá uma resposta oficial ao pedido da Bolívia, no entanto até a publicação dessa reportagem não houve resposta.
Na última segunda-feira (18), o ministro de Governo boliviano divulgou novas provas sobre o atentado executado contra o presidente Luis Arce no final de 2020.
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Gravações de ligações telefônicas entre López e funcionários estadunidenses revelam detalhes da operação. No diálogo, a parte estaunidense solicita que o então ministro de Defesa envie uma aeronave C130 para buscar militares em uma base de Miami do Comando Sul do Pentágono.
Tudo passsaria por um contrato com a previsão de 10 mil paramilitares e coordenação com a Polícia Nacional boliviana. O funcionário ainda destaca que para o sucesso da operação os militares deveriam aparecer como contratistas privados "sem nenhuma representação do Estado americano".
Segundo o governo boliviano, German Alejandro Rivera García, ex-capitão do exército colombiano e um dos paramilitares que coordenava as operações em La Paz em 2020, também foi responsável pelo assassinato do presidente haitiano Jovenel Moise, em junho de 2021.
Além de Luis Fernando López, a ex-presidenta Jeanine Áñez e seis ex-funcionários do seu governo interino são investigados por crimes de terrorismo, conspiração e sedição.
Edição: Thales Schmidt