Entre quedas de energia e o aumento substancial das reclamações contra a concessionária de energia do Distrito Federal, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou nesta quinta-feira (21) o reajuste de 11,69% para os consumidores residenciais da cidade.
O reajuste entra em vigor a partir de amanhã (22), impactando cerca de 1,1 milhão de unidades consumidoras no Distrito Federal.
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A Aneel informa que as revisões tarifárias estão previstas nos contratos de concessão e têm por objetivo “alcançar o equilíbrio das tarifas com base na remuneração dos investimentos das empresas voltados para a prestação dos serviços de distribuição e a cobertura de despesas efetivamente reconhecidas” pela Agência Nacional.
Com o reajuste, a tarifa residencial na capital federal, que ocupava o 51º lugar do ranking nacional, sendo uma das mais baixas do país, passa a ocupar a 36ª posição. Ao todo, são 53 concessionárias de distribuição no Brasil.
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O diretor do Sindicato dos Urbanitários no DF (STIU-DF), Victor Frota, ressalta que a entidade, que representa os trabalhadores da empresa, já havia alertado sobre os riscos da privatização, sobretudo o aumento das tarifas. “Infelizmente, é a tendência para os próximos anos, influenciada também pela crise hídrica e a desorganização do setor elétrico com a eventual desestatização da Eletrobras”, afirma.
Ele explica que há uma crise no setor elétrico brasileiro causada pela omissão do atual governo federal e seguida a rigor pelo governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), em especial, na política de privatização das empresas públicas.
“O que a gente percebe é uma precarização do serviço prestado à população após as privatizações das distribuidoras de energia. Nosso vizinho, Goiás tem amargado com o aumento da tarifa, que já passou dos 35%, além da constante queda de energia. Esse é o futuro da capital federal”, alerta o dirigente.
De acordo com Frota, outro potencial risco para o sistema elétrico no DF está na política de “enxugamento” do quadro de pessoal.
“No setor de distribuição privado, as equipes de manutenção são menores e os investimentos para a expansão e qualidade do serviço, em nome do lucro, também são reduzidos. A consequência disso é apagão com muito mais frequência, além de aumentar o tempo de religamento. E isso já se tornou realidade aqui no DF”, destaca.
Reclamações
Dados da Aneel mostram que, em todo o ano de 2020, a Agência recebeu 2.397 reclamações, período em que a prestação do serviço estava sob gestão da CEB Distribuição. Até setembro de 2021, já foram registradas 2.859 ocorrências. A falta de energia e erros na leitura estão entre as maiores reclamações.
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Para Silmara Carvalho, moradora do Jardim Botânico, a privatização da CEB “só piorou a situação”, diz. “Com a CEB privatizada nós temos bem mais queda de energia, no condomínio em que moro, chegamos a ficar três dias com problema na rede, e nisso perde-se mantimentos, estraga alimentos que estão na geladeira, tudo isso depois que o governador disse que privatizando a CEB o problema no setor se resolveria”.
“Agora a previsão é de mais aumento da energia e não temos nenhum retorno positivo disso. Estamos pagando uma conta cara e não temos o serviço de qualidade”, protesta a moradora.
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Fonte: BdF Distrito Federal
Edição: Flávia Quirino