“Isso é uma piada”. Assim, Wallace Landim, o Chorão, presidente Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), reagiu ao anúncio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de que o governo federal oferecerá um auxílio de R$ 400 para a compra de Diesel dos caminhoneiros.
“Isso é piada. Isso é uma piada que ele deve ter feito, não pode ser verdade. Gastamos, na média, três mil litros por mês, dependendo da sua rota. R$ 400 é 80 litros de diesel. Numa rota curta, eu gasto de R$ 12 a R$ 13 mil”, explicou Chorão.
Em nota técnica, a Abrava explicou a conta. “A média do tanque do caminhão é de 600 litros, isso [auxílio de R$ 400] corresponde a mais ou menos 13% de apenas um abastecimento completo. Imaginemos um trecho semanal de Catalão a Anápolis e de Anápolis a Araguari, que dá uma média de 630 km. Peguemos 630 km e multipliquemos por R$ 5,033 que dá um valor de R$ 3.170,79. Agora, façamos a multiplicação desses R$ 3.170,79 semanais por quatro semanas no mês. Temos um gasto mensal de R$ 12.683,16.”
Nas redes sociais, os caminhoneiros estão irritados e seguem criticando Bolsonaro. “Gasto R$ 17,1 mil, por mês, e o cara quer me dar R$ 400 para me ajudar. Bolsonaro, pega esse auxílio seu e taca na latrina. Enfia na latrina que nem eu estou fazendo aqui com a minha necessidade”, disse Ronaldo Lima, condutor que gravou um vídeo no banheiro para criticar o presidente.
Para Landim, Bolsonaro tenta fugir das “responsabilidades reais do governo com a categoria”. “Nós estamos buscando a dignidade. Estamos precisando que o governo tenha sensibilidade e faça um plano, um balão de oxigênio, um fundo de estabilidade para o gás de cozinha e o combustível.”
A categoria confirmou a paralisação nacional para dia 1 de novembro. O intuito de Bolsonaro com o anúncio do auxílio para compra de Diesel, era frear o movimento de greve, no momento em que seu governo enfrenta turbulência em diversos setores.
Edição: Leandro Melito