O Ministério da Defesa de Israel emitiu uma ordem militar nesta sexta (22) em que determina que seis organizações não-governamentais (ONGS) palestinas passam a ter o status de "organizações terroristas" e, portanto, de entidades ilegais.
Com a medida, as forças israelense de ocupação poderão fechar os escritórios das organizações, apreender e confiscar seus bens, prender seus membros e proibir atos de financiamento e apoio.
As organizações atingidas são: Addameer (palavra em árabe para "consciência"), al-Haq (palavra para "justiça", Defesa das Crianças da Palestina (DCI), União dos Comitês de Trabalho Agrícola, Centro Bisan para Pesquisa e Desenvolvimento e Comitê da União das Mulheres Palestinas.
Ou seja, grupos que atuam e advogam nas áreas de direitos humanos, responsabilização de Israel por crimes internacionais e luta pela terra.
Israel afirma que as ONGs são ligadas à Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP). "Essas organizações fazem parte de uma rede que, sob o pretexto de atividades internacionais, dependem da FPLP para apoiar seus objetivos e promover suas atividades", disse o ministro da Defesa, Benny Gantz, em comunicado.
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O Centro Legal para os Direitos da Minoria Árabe em Israel (Adalah) afirmou que a medida atingiu as organizações de direitos humanos mais proeminentes na Palestina.
"A decisão israelense de designar seis organizações de direitos humanos e da sociedade civil como organizações terroristas é um ataque sem precedentes aos defensores dos direitos humanos que estão expondo e resistindo à ocupação israelense e suas políticas de apartheid na Cisjordânia", disse o Adalah.
A Anistia Internacional e a Human Rights Watch também criticaram a decisão israelense em comunicado.
Em trecho do comunicado, as duas organizações afirmam que "o fracasso de décadas da comunidade internacional em desafiar os graves abusos israelenses de direitos humanos e impor consequências significativas a eles acabou por fortalecer autoridades israelenses a agir dessa maneira descarada".
Edição: Arturo Hartmann