Líderes sindicais brasileiros viajaram a Caracas para entregar mil toneladas de peças de reposição à Siderúrgica do Orinoco (Sidor), estatal venezuelana que doou 130 mil litros de oxigênio à cidade de Manaus, em janeiro deste ano.
As peças foram compradas com dinheiro arrecadado em uma campanha lançada em junho pelas centrais sindicais. Por conta do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos desde 2015, a Venezuela tem uma série de dificuldades em conseguir manter a infraestrutura da sua indústria petroleira, siderúrgica e petroquímica. O país diminuiu em 60% sua produção de petróleo nos últimos seis anos como reflexo dos impactos do bloqueio sobre as estruturas.
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Com a Sidor não é diferente. A empresa estatal com sede no estado Bolívar, fronteiriço com o Brasil, perdeu cerca de 40% da sua capacidade de produção devido à paralisia de algumas máquinas e veículos.
Apesar das dificuldades, quando o estado do Amazonas passou pela maior crise de abastecimento de oxigênio hospitalar para atender pacientes com covid-19, os trabalhadores da Sidor enviaram caminhões com 130 mil litros de oxigênio para Manaus.
O gesto sequer foi agradecido pelo governo brasileiro, que também não colaborou com o transporte do oxigênio, mesmo com a Sidor oferecendo manter o abastecimento enquanto fosse necessário.
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O presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre afirmou que o principal objetivo da viagem "é retribuir a solidariedade dos trabalhadores e trabalhadoras venezuelanos”. A visita também teve um encontro com dirigentes da Central Socialista Bolivariana da Venezuela para estabelecer agendas de integração latino-americana.
“A campanha e a doação dos insumos à Venezuela é oportunidade também de denunciar à América Latina, mais uma vez, esse irresponsável bloqueio econômico sofrido pelo país e também a incompetência criminosa do governo brasileiro na condução do país nesta pandemia”, declarou Nobre.
A Venezuela tem cerca de 30 milhões de habitantes e acumula 413 mil casos e 4.965 falecidos pela covid-19, segundo dados oficiais. Enquanto somente o Amazonas acumula 428 mil contágios e 13.776 mortos pela doença. O governador de Manaus, Wilson Lima (PSC), foi indiciado pela CPI da Covid.
Edição: Arturo Hartmann