O cenário social e econômico de Pernambuco tem se agravado devido à pandemia, que agora se junta com a escassez de alimento, aumento da fome e diminuição ou perda total da renda da população pernambucana.
É diante deste cenário que organizações sociais, igrejas e coletivos se uniram para pressionar o Governo do Estado de Pernambuco por meio de uma carta pública para aprovar o projeto Renda Básica Emergencial para todo o estado.
O projeto, apresentado pelas Juntas Codeputadas com amplitude estadual, encontra suporte também em ações nacionais como a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Renda Básica e locais, como a Campanha Renda Básica Recife.
“Estamos trabalhando em campanhas que tenham o objetivo de ajudar as pessoas mais vulneráveis a terem melhores condições de vida no enfrentamento da pandemia e por isto, estamos dedicados a este projeto que é essencial para que as pessoas possam garantir segurança alimentar para suas famílias”, afirma Joelma Joelma Costa, coordenadora geral da Rede Meu Recife.
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Para assinar a carta, basta acessar o site da campanha. Além da assinatura, quem desejar exercer pressão em torno da pauta pode mandar um e-mail para o governador solicitando a aprovação do programa. O programa já mobilizou mais de duas mil pessoas que exigiram a implantação da Renda Básica Emergencial em Pernambuco por meio dos e-mails.
Recorde de Pobreza
De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais (2020) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1,2 milhão de pernambucanos foram afetados pela extrema pobreza em 2019. Esse é o maior patamar desde 2012 e o dobro da média nacional que é de 6,5%. Em 2019, 13% da população contava com renda mensal domiciliar per capita inferior a R$151,00. Esse é o critério adotado pelo Banco Mundial para identificar a condição de extrema pobreza.
O programa Renda Básica Pernambuco deverá atender, no mínimo, 70 mil famílias em situação de vulnerabilidade. Os públicos são: famílias habitantes dos 10 municípios com menor IDH do Estado, famílias indígenas, famílias quilombolas, famílias de pessoas presas, famílias de pessoas com deficiência, famílias de pessoas em situação de rua e famílias moradoras de comunidades/bairros periféricos.
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"O projeto de Renda Básica tem a ver com justiça social. É preciso tomar uma atitude para enfrentar as desigualdades e a renda básica pode dar dignidade a muitas pernambucanas e pernambucanos. Esperamos que o Governador Paulo Câmara implante o programa com urgência" afirma as Codeputadas Juntas (PSOL/PE).
Atualmente, 32 organizações sociais, igrejas e coletivos de diferentes lugares do Estado estão comprometidas e comprometidos com a campanha. Joselito Costa, coordenador do território da Diaconia em Recife, fala sobre a importância de unir forças para aprovação do projeto. “Estamos somando nossa voz com as vozes de outras organizações, grupos, movimentos e igrejas para reivindicar a aprovação do Projeto Renda Básica como um caminho para promover vida digna para 70 mil famílias do estado de Pernambuco. Acreditamos que podemos ser uma dose de esperança nesse contexto tão desafiador" aponta.
Fonte: BdF Pernambuco
Edição: Vanessa Gonzaga