Em entrevista coletiva no Parlamento Europeu, onde realiza palestra nesta segunda-feira (15), o ex-presidente Lula afirmou que ainda não está discutindo o vice em sua chapa na disputa ao Planalto em 2022 quando indagado sobre as especulações de que terá como vice o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que deve deixar o PSDB nos próximos meses.
“Tenho profundo respeito pelo Alckmin. Eu não estou discutindo vice ainda, porque não discuti a minha candidatura. Quando eu decidir ser candidato eu vou sair a campo para procurar alguém para ser vice”, disse Lula.
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Lula disse ter uma “extraordinária relação de respeito” com Alckmin e lembrou do diálogo que havia com o tucano, que era governador paulista quando foi presidente da República, mas recorreu a uma metáfora futebolística para ressaltar a rivalidade entre os dois. [Assista à entrevista no vídeo abaixo ou siga a leitura deste texto na sequência.]
“Eu fui presidente quando ele foi governador. Nós conversamos muito. Não há nada que aconteceu entre eu e o Alckmin que não possa ser reconciliado. Política, às vezes, é como jogo de futebol. Você dá uma botinada no cara, o cara cai chorando de dor. Mas, depois que termina o jogo eles se encontram, se abraçam e vão tomar uma cerveja e discutir o próximo jogo”, disse.
Lula salientou a importância da relação do presidente com o vice. “O vice é uma pessoa que tem que ser levada muito a sério na relação com o presidente. Porque o vice pode ser presidente. Pode acontecer muitas coisas. E depois o vice tem que ser uma pessoa que soma com o presidente e não que diverge com o presidente”, afirmou.
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Bolsonaro é peça da extrema-direita nazista
Na entrevista, Lula ainda denunciou que Jair Bolsonaro (Sem partido) é “peça importante da extrema-direita nazista”, que foi propagada pelo mundo por meio do discurso nacionalista de Donald Trump após o fracasso do Consenso de Washington.
“O Bolsonaro representa hoje uma peça importante na extrema-direita fascista, nazista. O que você quiser falar da antipolítica você pode falar do governo brasileiro”, afirmou Lula, antes de entrevista coletiva onde ressaltou que “não há pergunta proibida”.
Artigo original publicado em Revista Fórum.