VIOLÊNCIA

Mortes no Salgueiro: Alto Comissariado da ONU cobra investigação independente sobre operação

"A força letal é o último recurso e apenas em caso de ameaça à vida", declarou a porta-voz da entidade Michelle Bachelet

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Na segunda-feira (22), ao menos nove corpos foram encontrados por moradores após uma operação da Polícia Militar (PM) - Reprodução/ Redes sociais

O Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos fez um apelo nesta terça-feira (23) para que as mortes no Complexo do Sangueiro, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro, sejam investigadas de forma independente pelas autoridades.

Na segunda-feira (22), ao menos nove corpos foram encontrados por moradores após uma operação da Polícia Militar (PM) que tentava capturar o autor do assassinato de um sargento da PM ocorrido no final de semana.

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Segundo o Uol, o Alto Comissariado se mostrou preocupado com as mortes e insistiu que é urgente um "debate amplo e inclusivo" no Brasil sobre o modelo de segurança pública nas favelas.

"Nosso escritório pede ao Ministério Público que conduza uma investigação independente, completa, imparcial e eficaz sobre essas mortes, de acordo com padrões internacionais", declarou a porta-voz da entidade, Michelle Bachelet. "A força letal é o último recurso e apenas em caso de ameaça à vida", reforçou.

A ONU também citou que as mortes no Complexo do Salgueiro ocorreram apesar da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que impede operações policiais durante a pandemia.

A versão da polícia fala em "confronto", mas moradores denunciam que houve um chacina no local. Na segunda (22), a Federação de Favelas do Estado do Rio de Janeiro (Faferj), a Defensoria Pública, comissões da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) estiveram no Complexo do Salgueiro.

Em nota, a Faferj chama atenção para a "grave constatação de que, no local, havia restos de uma fogueira, em que foi possível identificar fragmentos de peças de roupas sujas de sangue e com marcas de tiro, evidenciando a tentativa de eliminar vestígios das ilegalidades havidas e obstruir a adequada realização da perícia criminal".

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Clívia Mesquita