GOVERNANÇA MUNDIAL

México apresenta ao G20 "Plano Mundial de Bem Estar" para cobrar impostos aos mais ricos

Proposta prevê criar imposto de 4% sobre grandes fortunas para combater pobreza no mundo

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Chanceler mexicano defende que proposta poderá atingir até 750 milhões de pessoas em situação de pobreza no mundo - Secretaria de Relações Exteriores México

O chanceler mexicano Marcelo Ebrard apresentou ao grupo das 20 maiores economias (G20) o Plano Mundial de Bem Estar e Fraternidade, durante a primeira reunião de Sherpas, na Indonésia. A proposta de criar um imposto mundial de 4% sobre grandes fortunas para combater a pobreza.

A contribuição seria feita anualmente, de maneira voluntária, pelas mil pessoas mais ricas do mundo e as mil maiores corporações privadas do planeta. Com o valor arrecadado, o México assegura que seria possível atender até 750 milhões de pessoas em todo o planeta.

Ebrard defendeu o plano na última segunda-feira (6), enquanto também propôs que o bloco contribuísse com 0,2% da soma do PIB do G20 para o mesmo propósito de combate à carestia. O chanceler mexicano ainda assegurou que a proposta já recebeu apoio de 47 países.

De acordo com a ONG Oxfam, os 2.153 bilionários do mundo têm mais riqueza que 60% da população global.

O presidente Andrés Manuel López Obrador já havia defendido o plano no Conselho de Segurança das Nações Unidas, no dia 9 de novembro, e durante o VII Encontro do Grupo de Puebla, realizado na Cidade do México, na última semana. 

"Queremos construir estabilidade e paz através da solidariedade com aqueles que mais necessitam", afirmou o chefe de Estado. 

Durante a reunião do Grupo de Puebla, o ex-ministro de Educação brasileiro, Aloísio Mercadante foi uma das vozes à favor da ideia.

"O mundo pós-pandemia precisa de uma reconstrução mais generosa, com menos desigualdade e menos fome. Essa proposta já tem o apoio do presidente Alberto Fernández (da Argentina). Honduras vai aderir, a Bolívia vai aderir", disse o ex-ministro brasileiro em uma entrevista coletiva, na Cidade do México.

A ONU aponta que cerca de 11% da população mundial, equivalente a 783 milhões de pessoas, vivem abaixo da linha de pobreza - com menos de US$ 1,90 por dia (R$10,45). Somente no Brasil, a pobreza é realidade para 53,9 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).


* Com informação de Sputnik, La Jornada e Telesur 

Edição: Leandro Melito