Em 10 de dezembro, Dia dos Direitos Humanos, um tribunal britânico proferiu um veredito que abre caminho para a extradição para os Estados Unidos do jornalista e editor Julian Assange. Se a extradição for aprovada, Assange enfrentará processo criminal nos Estados Unidos, inclusive sob a infame Lei de Espionagem. Se for condenado, o australiano poderá passar o resto de sua vida na prisão.
Julian Assange e sua organização, a WikiLeaks, publicaram informações valiosas recebidas de denunciantes como Chelsea Manning, que relatou crimes de guerra e atrocidades cometidas pelos EUA no Iraque e Afeganistão. Isso inclui “Collateral Murder”, vídeo horripilante que mostra militares dos EUA matando civis iraquianos, incluindo dois jornalistas. As revelações do WikiLeaks também expuseram corrupção e violações dos direitos humanos por governos em todo o mundo, e esses relatórios foram publicados e citados por organizações de mídia de diferentes países.
É pelo crime de jornalismo que Julian Assange é perseguido há mais de uma década. Ele é o primeiro editor a ser acusado pela a Lei de Espionagem. O governo dos Estados Unidos e seus aliados em todo o mundo recusaram-se a aceitar o fato de que Assange é um jornalista. A perseguição de Julian Assange é, portanto, um atentado fundamental ao jornalismo, à liberdade de imprensa e à liberdade de expressão.
Nós, os meios de comunicação abaixo assinados, rejeitamos e denunciamos este ataque a Julian Assange e ao jornalismo. A liberdade de imprensa permanecerá sendo uma frase vazia enquanto Julian Assange e o WikiLeaks continuarem a ser perseguidos.
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Edição: Thales Schmidt