Consumir esses produtos também é fortalecer o trabalho de comunidades tradicionais
Você já ouviu falar de baru, mangaba ou jatobá ? Essas são apenas algumas das mais de 4000 espécies de alimentos saudáveis, saborosos e nativos do Cerrado brasileiro que cada vez mais fazem parte do dia a dia de famílias da capital federal. Isso porque o Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN) lançou a campanha “Cerrado Tropicano”, uma ação para incentivar o uso doméstico e cotidiano dos ingredientes típicos do bioma, como uma forma de valorizar a riqueza do Cerrado e ampliar os saberes sobre os ingredientes.
O projeto tem como foco trazer toda essa riqueza nutricional do Cerrado para a mesa dos consumidores, trabalhando desde a informação sobre os produtos do bioma até dicas de preparação de diversos pratos. Para Jéssica Pedreira, assessora técnica do ISPN, diversificar as refeições com os frutos do Cerrado é uma opção bastante saudável.
:: Araticum complementa renda de agricultores e é rico em antioxidantes::
"Os produtos estão disponíveis no cerrado, mas são desconhecidos, como o pequi, o babaçu, a pimenta de macaco e uma série de outras riquezas do cerrado".
A campanha trabalha com algumas ações específicas. Uma delas é divulgar o portal “Cerratinga” que disponibiliza aos internautas uma lista de produtores que fornecem alimentos nativos. Além disso, o site também reúne receitas com detalhes nutricionais de cada espécie alimentícia do Cerrado. Todo o processo desde a plantação ao preparo do prato para o consumidor segue um processo justo de produção, como explica o produtor da Central do Cerrado, Luís Carrazza.
"Essas iniciativas são bacanas porque despertam a curiosidade e criam pratos saborosos. Dessa forma, a campanha também contribui para a segurança alimentar porque produz alimentos sem agrotóxicos e com uma cadeia de trabalho justo para os agricultores. Todos os envolvidos são incluídos, respeitados e participam com protagonismo", afirma.
Outro projeto da campanha “Cerrado Tropicano” criou parcerias com restaurantes de Brasília para que eles incluam ingredientes nativos do Cerrado nos cardápios, como o óleo de babaçu, pimenta de macaco e o cajuzinho, para divulgar a biodiversidade de produtos do bioma. Até agora, três restaurantes já aderiram ao projeto na capital federal: o Casa Baco, o Authoral e o Le Parisien.
Na opinião do chefe de cozinha Leandro Nunes todos ganham com a iniciativa, incluindo clientes, cozinheiros e pequenos produtores. "É preciso experimentar e ter referências destes alimentos. Só assim para conhecermos cada vez mais a riqueza nutricional e alimentícia do cerrado".
::Do cerrado para a mesa: a loja virtual que auxilia nas vendas de povos tradicionais ::
O projeto além de envolver agricultores, produtores e chefes de cozinha. também estabelece uma relação direta com povos e comunidades tradicionais que vivem no bioma.
Edição: Sarah Fernandes