NATAL

"Meu sonho é que todo brasileiro faça três refeições por dia", diz Lula a catadores em SP

Ex-presidente esteve em evento organizado organizado pelo Movimento Nacional dos Catadores de Material Reciclável

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Em novembro, Lula esteve no Complexo Integrado de Reciclagem do Distrito Federal, em Brasília - PT na Câmara

O ex-presidente Lula (PT) disse nesta quarta-feira (22) no Natal dos Catadores, em São Paulo (SP), evento organizado anualmente pelo Movimento Nacional dos Catadores de Material Reciclável, que seu maior sonho é acabar com a fome no Brasil. Foi a 18ª vez que o petista esteve na comemoração de fim de ano dos trabalhadores de materiais recicláveis.

"Sou um eterno sonhador. Eu continuo com muitos dos sonhos que eu tinha com 20 anos de idade. O que eu sonho em construir para o país é um processo novo. Nós estamos lutando contra 500 anos de escravidão. Para você mudar essa historia do país e colocar o povo na história precisa de muitos anos", declarou Lula, ao ser questionado por uma catadora sobre qual seria o seu sonho.

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"Continuo sonhando, acreditando que é possível construir outro Brasil. É possível dar emprego pra todo mundo, melhorar o salário mínimo, todo mundo entrar na universidade. É a razão pela qual precisamos retomar o país. Democracia não é gritar que está com fome, é ter o direito de comer três vezes ao dia. Queremos comer não porque alguém está dando comida, mas porque está trabalhando e ganhando um salário dignamente."

"Esse sonho vamos realizar juntos depois do dia 1º de janeiro de 2023", prometeu o ex-presidente. Em resposta, ouviu de uma mulher que atua como líder de um movimento de catadores: "Meu sonho é ser ministra do Meio Ambiente dentro do seu governo".

Às vésperas do Natal, Lula centrou seu discurso no tema da fome: "Por que tem criança que, nesse Natal, não pode tomar um copo de leite, um Danone? Todo dia tem propaganda na televisão e a criança pobre fica olhando, sonhando... Por que tem gente que come 10 por dia e a criança pobre passa 10 anos sem comer o quer é anunciado na televisão?".

"A gente precisa humanizar o povo brasileiro. Precisamos tirar o ódio que está implantado nesse país como se fosse um tumor maligno. Precisamos extirpar isso e precisamos colocar alguém para cuidar do povo", disse o petista.

Em apenas três ocasiões, Lula não esteve presencialmente no evento, marcou presença de outras formas. Em 2011, quando fazia o tratamento de um câncer na laringe, enviou uma mensagem pela então presidenta Dilma Rousseff (PT). Em 2018, quando estava preso em Curitiba, o ex-presidente enviou uma carta aos catadores. Em 2020, com o evento em formato virtual por conta da pandemia, fez sua participação em vídeo.

Também marcaram presença a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), o Padre Júlio Lancelotti, o ex-ministro Fernando Haddad (PT), a secretária municipal de Relações Internacionais, Marta Suplicy, o ex-secretário municipal Jilmar Tatto, dentre outras lideranças.

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Encontro com catadores em Brasília

Em novembro, Lula esteve no Complexo Integrado de Reciclagem do Distrito Federal, em Brasília, em evento também organizado pelo Movimento Nacional dos Catadores de Material Reciclável. Durante a atividade, o petista se emocionou com discursos feitos por trabalhadores e disse que "muita gente na sociedade não dá e não tem noção do significado e da importância do trabalho dos catadores".

“Não poderia deixar de falar do carinho que tenho por vocês. Durante todo o tempo que fui presidente da República, todo dia 23 de dezembro, fazia questão de encontrar com vocês, os moradores de rua, os catadores, para que a gente pudesse fazer nossas reuniões, tomar nosso café, anunciar o atendimento das pautas de reivindicação e receber a pauta do ano seguinte”, declarou.

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O complexo visitado por Lula é uma conquista do movimento de catadores e catadoras da região que ocorreu durante seu governo. A área que abriga o espaço é um dos quatro terrenos doados aos trabalhadores pelo governo federal em 2010, visando a construção de galpões de reciclagem. 

Durante as gestões petistas no Executivo federal, a cooperativa e o governo do Distrito Federal assinaram contratos que garantiram o financiamento da construção dos galpões de recepção, seleção e comercialização dos resíduos recicláveis que hoje formam o complexo. 

Edição: Leandro Melito