Pesado

Gasolina, energia elétrica e gás confirmam a maior alta da "prévia" da inflação em seis anos

IPCA-15 fechou 2021 em 10,42%; só o gás de botijão acumulou ala de 38% e gasolina chegou perto dos 50%

|
Ao longo do ano, consumidor conviveu com reajustes frequentes - Reprodução

No último mês de 2021, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,78%, menos do que em novembro deste ano e dezembro do ano passado. Mas fechou com a maior taxa desde 2015: 10,42%. Alguns itens pesaram mais no bolso do consumidor, como gasolina, gás (de botijão ou encanado) e energia elétrica, aumentando as despesas em um período de desemprego em queda e diminuição a renda.

Segundo o IBGE, que divulgou dados apenas parciais na manhã desta quinta-feira (23), o maior impacto entre os grupos que compõem o índice veio de Transportes (0,50 ponto percentual). A alta foi de 2,31% no mês e de 21,35% no ano.

::O ano da fila do osso: economia naufraga e fome volta a assolar brasileiros ::

Preço do combustível

Os combustíveis subiram 3,40% em dezembro. Apenas o preço médio da gasolina subiu 3,28%, com impacto de 0,21 ponto no resultado geral. O IBGE também apurou altas no etanol (4,54%) e óleo diesel (2,22%). De janeiro a novembro, a gasolina subiu 44,83%, o que indica aumento próximo de 49% no ano.

Além isso, subiram os preços de automóveis novos (2,11%) e usados (1,28%), itens que responderam por 0,09 ponto. Depois de queda em novembro, as passagens aéreas voltaram a aumentar (10,07%).

::Candidatos em 2022 precisarão debater mudança na política de preços da Petrobras::

Conta de luz

Grupo de maior peso, Habitação subiu 0,90% neste mês e 14,67% no ano. Apenas a energia elétrica teve alta de 0,96%, com a bandeira “escassez hídrica” em vigor. Também houve reajustes de tarifa em Brasília, Porto Alegre, Goiânia e São Paulo. Já a taxa de água e esgoto, com alta de 0,89%, teve aumentos no Rio de Janeiro e em Salvador, enquanto o gás encanado (2,58%) subiu no Rio e em São Paulo. E o gás de botijão (0,51%) teve a 19ª alta seguida, somando 38,07% em 2021.

Em seguida, Alimentação e Bebidas (0,35% e 8,68% no ano) teve aumento nos itens de alimentação em domicílio (0,46%), com destaque para o café moído, que subiu 9,10% apenas em dezembro. O instituto apurou ainda altas de frutas (4,10%) e carnes (0,90%), além de novo aumento no preço da cebola (19,4%). Entre as quedas, tomate (-11,23%), leite longa vida (-3,75%) e arroz (-2,46%).

Já a alimentação fora variou bem menos (0,08%). Enquanto a refeição aumentou 1,62%, o lanche caiu 3,47% (impacto de -0,06 ponto no mês).

Regiões: todas com alta

O único grupo em queda no IPCA-15 foi Saúde e Cuidados Pessoais (-0,73%), De acordo com o IBGE, caíram os preços médios de itens de higiene pessoal (-3,34%), como o perfume (-9,82%), além de produtos para a pele (-8,70%) e artigos de maquiagem (-4,71%).

Todas as áreas pesquisadas tiveram alta em dezembro. O IPCA-15 foi 0,32% (região metropolitana de Belém) a 1,13% (Salvador). Na Grande São Paulo, variou 0,86%.

::Análise | Inflação de alimentos num contexto de salários miseráveis::

O IBGE não divulgou dados anuais das regiões e de vários itens. Segundo o instituto, isso aconteceu devido a “processo de mudança do Datacenter”, iniciado na última sexta-feira (17).