O presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokaev, aceitou nesta quarta-feira (05/01) a demissão do governo após uma onda de protestos em todo o país contra o aumento no preço dos combustíveis.
A medida prevê a saída imediata do primeiro-ministro Askar Mamin e de todo o seu gabinete, deixando o vice-premiê Alikhan Smailov como líder interino do governo.
O anúncio ocorreu horas após o presidente ter declarado estado de emergência e implementado um toque de recolher em Almaty, maior cidade do país, e na província de Mangystau, que devem durar até o dia 19 de janeiro.
Segundo a emissora RT, manifestantes invadiram e atearam fogo no prédio da prefeitura de Almaty na manhã desta quarta-feira. A jornada de protestos chega ao 4º dia consecutivo.
#ÚLTIMAHORA Manifestantes que protestan por el aumento de los precios del combustible irrumpieron en el edificio administrativo de Almatý, antigua capital de Kazajistán 🔗 https://t.co/W5LZaAfP7z pic.twitter.com/2DB2Si7k3C
— RT en Español (@ActualidadRT) January 5, 2022
Em nota, o governo da Rússia, país vizinho, apoiou a decisão do presidente de dissolver o governo cazaque e incentivou o diálogo entre as autoridades e a população.
"Estamos seguros de que nossos amigos cazaques podem resolver sozinhos seus problemas internos", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Início dos protestos no Cazaquistão
Os protestos no país, que tem no petróleo sua principal fonte de renda, começaram logo nos primeiros dias de 2022, quando o preço do litro do combustível passou de 50 tenge (cerca de R$0,60) para 120 tenge (cerca de R$1,50). Segundo as autoridades, o aumento ocorreu porque a partir de 1º de janeiro os preços do gás deixaram de ser regulados.
As primeiras manifestações ocorreram na cidade de Janaozen, no dia 2 de janeiro, se espalhando posteriormente na capital do país, Nursultán, e em mais cidades, incluindo Aktau, Almaty, Aktobé e Taldykorgan.
O governo, que inicialmente havia afirmado que a restauração dos preços anteriores era impossível devido às "leis do mercado", anunciou nesta terça-feira (04/01) uma redução do litro do combustível para 50 tenge na região onde os protestos começaram e também em Aktobé, embora não tenha conseguido conter a jornada de manifestações.
*Com Sputnik e RT