Direitos

Premiê espanhol agradece Lula e diz estar construindo "país mais justo"

Ex-presidente do Brasil elogiou processo de "contrarreforma" da Espanha, que busca recuperar garantias aos trabalhadores

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Primeiro-ministro Pedro Sánchez, do partido socialista, chefia coalização que costurou acordo por nova legislação - PES Communications/Flickr

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchéz, agradeceu ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela menção e reconhecimento à revogação da reforma trabalhista implementada no país em 2012. Em quase uma década, as mudanças levaram o país europeu a um cenário de precarização, trabalhos mal remunerados e menos direitos.

Pelo Twitter Sanchéz respondeu a uma publicação de Lula sobre o tema, que citou uma matéria da Rede Brasil Atual, publicada pelo Brasil de Fato e defendeu que os brasileiros e brasileiras fiquem atentos ao debate na Espanha. No post, ele afirmou que  que o premiê "está trabalhando para recuperar direitos dos trabalhadores".

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No agradecimento direcionado a Lula, Sánchez salientou os processos de diálogo para a revogação da reforma de 2012. "Esta é uma conquista coletiva da Espanha, um compromisso do governo e um exemplo de que, com diálogo e acordos, podemos construir um país mais justo e solidário."

O premiê completou: "Obrigado, Lula, por reconhecer este novo modelo de legislação trabalhista que vai garantir os direitos de todos". A negociação para as mudanças envolveu sindicatos, empresas e partidos políticos. As novas regras já estão valendo por decreto, mas ainda devem ser discutidas no parlamento para ratificação.

No Brasil, a reforma espanhola de 2012 foi usada por Michel Temer como inspiração para as mudanças de legislação aprovadas em 2017. Assim como lá, por aqui a mudança nas regras não gerou empregos e, segundo especialistas, contribui para o aumento expressivo da informalidade.

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Um dos principais rumos que o governo espanhol tenta corrigir é o aumento desmedido das contratações temporárias, que hoje representam mais de um quarto das ocupações no país. A partir de agora, elas têm prazo de seis meses, podendo chegar a um ano a partir de negociação coletiva.

As mudanças que passam a valer nesta semana no país europeu acabam também com as contratações “por obra ou serviço” e obrigam que o salário de profissionais contratados em regime de terceirização sejam os mesmos e quem é contratado ou contratada diretamente. 

 

Edição: Leandro Melito