Só se combate violência com política de Estado e não temos nenhuma neste momento
Combate a violência, inclusão social e fim do preconceito e da transfobia. Esses são alguns dos principais desafios da comunidade travestis e transexuais no Brasil, pelas quais movimentos populares de diferentes estados se mobilizam e resistem. As pautas ganham força ao longo do mês de janeiro, quando é celebrado o Dia Nacional da Visibilidade de Trans, comemorado oficialmente dia 29.
“Só se combate violência com política de Estado e não temos nenhuma definida em nível federal neste momento. As ações que os estados fazem são muito pontais e militarizadas”, disse a presidenta da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), Keila Simpson, em entrevista à edição de hoje (12) do Programa Bem Viver. “A pandemia acirrou a violência, mas falta de punição para os crimes ajuda que os assassinatos de trans continuem ocorrendo.”
O Dia da Visibilidade de Trans foi instituído em 2004, quando ocorreu a primeira mobilização organizada desta população para reivindicar direitos no Congresso Nacional. Um grupo de 27 pessoas de diferentes partes do Brasil se reuniu em Brasília levando a bandeira dos direitos de travestis transexuais. A campanha chamou atenção do governo federal, que atendeu a reivindicação do grupo.
Em seguida, o Ministério da Saúde formalizou o compromisso com a população LGBTQIA+ e criou um comitê técnico pra implantar programas voltados à promoção de saúde deste grupo. Desde então, essa é uma das principais data de mobilização da comunidade, que se transformou em um momento de celebração e de somar forças para o combate cotidiano à transfobia.
Neste ano, as mobilizações de 29 de janeiro ocorrerão pela segunda vez durante a pandemia de covid-19, com programação especial. “O importante é dar visibilidade, não sempre de forma festiva, mas visibilizando nossa resistência. É assim que vamos conseguir mostrar que essa data marca a nossa existência.”
Chuvas
Chuvas fortes e contantes causam estragos em diversas regiões do país. Ontem (11), a Defesa Civil do Rio de Janeiro divulgou que pelo menos 2 mil pessoas estão desalojadas e 350 desabrigadas em todo o estado. Várias regiões fluminenses registram áreas de inundações, deslizamentos, alagamentos e quedas de árvores.
Em Goiás, no município de Pirenópolis, o Rio das Almas transbordou e alagou parte da cidade, que fica a 130 quilômetros de Goiânia.
Já em Minas Gerais a situação segue crítica: o trânsito de veículos pelas estradas estaduais e federais está parcial ou integralmente interrompido em ao menos 121 pontos. Autoridades recomendam que a população só utilize as rodovias em caso de extrema necessidade.
Crimes ambientais em Minas
O governo de Minas Gerais multou a empresa siderúrgica Vallourec em R$ 288 milhões por danos ambientais causados pelo transbordamento de um dique da Mina Pau Branco, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte.
O caso ocorreu no sábado e causou a interrupção da rodovia BR 040, que ficou com um trecho completamente alagado. Ela liga Belo Horizonte ao Rio de Janeiro.
A empresa tem 20 dias para efetuar o pagamento da multa ou apresentar defesa aos órgãos ambientais do estado. Segundo autoridades, o valor da multa chegou a um patamar tão alto porque a Vallourec é reincidente: em 2020 a empresa foi multada por descumprir prazos de envio de documentos relativos a barragens de água.
A notificação de Minas Gerais determina ainda a suspensão imediata das atividades relacionadas a Pilha Cachoeirinha e ao Dique Lisa, até que sejam apresentados documentos que garantam a estabilidade das estruturas.
Antes disso, a Justiça mineira já havia obrigado a empresa a adotar medidas preventivas e reparadoras. Em caso de descumprimento, o grupo será obrigado a pagar multa diária de R$ 1 milhão.
Ainda em Minas, no município de Congonhas, a população segue aflita com a possibilidade de rompimento da barragem Casa de Pedra. O empreendimento pertence a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
Uma fiscalização da equipe da divisão de segurança de barragens, da Agência Nacional de Mineração, esteve no local no domingo (9) e garantiu que não há risco de rompimento ou qualquer outro incidente de grande impacto. Porém, vídeos feitos por moradores da região mostram deslizamentos de terra próximo à estrutura.
A Casa da Pedra é a maior barragem de rejeitos de mineração em território urbano na América Latina. São 103 milhões de metros cúbicos de lama tóxica. Embaixo dela, cerca de 5 mil pessoas vivem na área de risco.
Desde segunda-feira (10), as atividades da CSN estão paralisadas por riscos de acidentes devido às fortes chuvas.
Causos do Bem Viver
O contador de causos oficial do Programa Bem Viver, o geógrafo e jornalista Mouzar Benedito, pergunta: por que quem conhece as principais atrações turísticas de uma cidade são os turistas e não os residentes?
Não é difícil encontrar alguém que more em uma cidade com atrativos turísticos, mas que nunca tenha ido aos locais mais clássicos. O Mouzar acabou descobrindo isso de um jeito um tanto desagradável, em uma das caronas de caminhão que ele pegou pelo Brasil. Confira!
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Edição: Sarah Fernandes