A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) divulgou nesta quarta-feira (12) nota técnica em que alerta que o país está prestes a sofrer também escassez de testes para o diagnóstico de covid-19 em razão da falta de insumos para realização dos procedimentos.
A entidade recomenda que laboratórios privados que realizam os testes RT-PCR – que identificam o material genético do vírus – e os testes de antígeno – que detectam proteínas ligadas ao coronavírus – deixem de fazer testagens de pacientes com poucos sintomas ou assintomáticos.
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No alerta, a Abramed sugere que sejam priorizados “os pacientes que tenham maior gravidade de sintomas, pacientes hospitalizados e cirúrgicos, pessoas no grupo de risco, trabalhadores assistenciais da área da saúde e colaboradores de serviços essenciais”.
“Não é possível mensurar nesse momento até quando poderemos atender, mas há um risco real de desabastecimento”, disse na nota o presidente do Conselho da entidade, Wilson Shcolnik.
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A iminente falta de testes para a detecção do novo coronavírus, cuja variante ômicron está levando sistemas de saúde de todo o mundo à saturação, junta-se no Brasil à explosão de contágios e ao apagão de dados pelo Ministério da Saúde.
Leia a íntegra da nota da Abramed:
A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), através de seu Comitê de Análises Clínicas, orienta por meio desta nota acerca da utilização criteriosa de testes para evitar risco de redução de oferta de exames para detecção da Covid-19.
A importância da testagem de toda a população para controle epidemiológico e manejo de pacientes em uma pandemia é reconhecida por todos os profissionais de saúde e até mesmo por pacientes. Todavia a Abramed alerta que, assim como em outras partes do mundo, a alta demanda de exames laboratoriais para o diagnóstico da Covid-19 trouxe ao setor de medicina diagnóstica brasileiro a preocupação com a falta de insumos necessários para a realização desses exames.
A alta transmissibilidade da nova variante Ômicron causou aumento exponencial de casos, o que vem demandando significativo aumento da capacidade produtiva global de testes, tanto de PCR como de antígeno, e se os estoques não forem recompostos rapidamente poderá ocorrer a falta de oferta de exames.
Quando avaliamos as notícias que vêm de outros países, de que eles já estão sem insumos, é certo que o problema chegará ao Brasil, não sendo possível mensurar nesse momento até quando poderemos atender, pois os estoques são variados dependendo do laboratório e da região, mas há um risco real de desabastecimento.
Dessa forma, recomendamos aos associados a priorização de pacientes para efetuarem os testes, segundo uma escala de gravidade a seguir:
Pacientes que tenham maior gravidade de sintomas
Pacientes hospitalizados e cirúrgicos
Pessoas no grupo de risco
Gestantes
Trabalhadores assistenciais da área da saúde,
Colaboradores de serviços essenciais
Outras entidades do setor de saúde também serão contatadas pela Abramed, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Ministério da Saúde, Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), Associação Médica Brasileira (AMB), e outras entidades congêneres, para que haja a sensibilização sobre a importância de otimizar o uso dos testes disponíveis até que a situação seja normalizada.