IMUNIZAÇÃO

Mães do Paraná dizem por que querem vacinar seus filhos: "Tenho muito medo de ela pegar covid"

Além do medo da nova variante, mães afirmam que querem vacina antes da volta às aulas presenciais

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Brasil de Fato Paraná conversou com mães da periferia de Curitiba sobre vacinação infantil - Foto: Giorgia Prates

O Brasil começou a vacinar crianças de 5 a 11 anos contra covid-19. No Paraná, a maioria das cidades começou a campanha nesta segunda-feira (17).

Apesar da propaganda contrária do próprio presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), que chegou a ameaçar divulgar os nomes dos técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que aprovaram a vacina pediátrica, a expectativa de muitas famílias brasileiras é grande para vacinarem suas crianças. Pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com mais de 15 mil mães e pais em todo o país, mostrou que 80% deles apoiam a vacinação infantil.

Bolsonaro chegou a minimizar as mortes de crianças contaminadas pela covid-19, dizendo que “só morreu piá que já tinha uma doença.” Ao todo, no Brasil, foram mais de 300 crianças de 5 a 11 anos que vieram a óbito devido à contaminação do vírus.

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A pesquisa da Fiocruz revelou também que fake news divulgadas a respeito da vacina para crianças levaram cerca de 12% de pais a apresentarem dúvidas sobre a imunização. Daniela Moore, coordenadora da pesquisa batizada VacinaKids, em entrevista à CNN, afirmou que as hesitações devem ser combatidas com as evidências científicas.

“Os imunizantes são usados em adultos desde dezembro do ano passado e também já passaram pela fase de testes em crianças, com milhões delas vacinadas no mundo, sem efeitos adversos graves”, explicou.

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As mães Juliana, Valéria e Laudicéia não têm dúvidas sobre as vacinas e dizem que não vêem a hora de vacinar seus filhos. São mães da periferia da cidade de Curitiba, que estão preocupadas com o retorno das aulas presenciais sem que as crianças estejam vacinadas.

Em entrevista ao Brasil de Fato Paraná, também disseram que sentem medo com o avanço da variante ômicron, e, por consequência, o aumento do número de crianças já contaminadas.

Confira os depoimentos

Laudiceia Rodrigues Gomes, moradora da Comunidade Guaporé e mãe de um menino de 14 anos e uma menina de 5 anos.

Eu quero vacinar minha filha de 5 anos, já que meu filho já está vacinado. Hoje já sabemos que há muitas crianças contaminadas pela covid. Eu tenho muito medo de ela pegar, tanto que fizemos o possível para cuidar deles na pandemia, não estando com muita gente, fazendo higiene. Mas agora tem a escola que vai ser só presencial. Por mais que a escola tenha todo o preparo, é muita criança. Eu acho, inclusive, que enquanto não forem vacinadas, ainda tinha que ter opção de fazer aula de casa.

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Foto: Giorgia Prates

Juliana Santos Moro, moradora da Vila Formosa, no bairro Novo Mundo, mãe de uma menina de 12 anos e tia de uma menina de 8 anos.

A minha filha de 12 anos já vacinou, mas eu cuido também da minha sobrinha, que tem 8 anos, e não vemos a hora de poder vaciná-la. Seria de grande ajuda. Como é que podemos pensar em aulas voltando com estes casos de crianças aumentando e nada ainda da vacina? Parece que os governos nem estão pensando nisso.


Foto: Arquivo pessoal

Valéria Rodrigues da Silva Morowskovski, moradora da Comunidade Guaporé e mãe de três meninas, uma de 7 meses e outras de 8 e 16 anos, e dois meninos, de 2 e 6 anos.

Sim, com certeza eu quero vacinar meus filhos. A vacina contra a covid-19 foi essencial para que eu, como mãe, pudesse tentar levar uma vida mais sem medo. Em relação as minhas crianças a sensação foi de muito medo, sempre. Foi uma sensação terrível cuidar deles na pandemia já com todas as dificuldades e más condições que temos. Medo por causa da saúde deles que é frágil.


Foto: Arquivo pessoal

Fonte: BdF Paraná

Edição: Lia Bianchini