Há anos as produções audiovisuais do Ceará vêm construindo uma estrada calcada no talento e no brilhantismo de grandes profissionais. É o sotaque cearense invadindo a grande tela e conquistando o público Brasil afora e, porque não dizer, mundo afora.
A lista é grande e certamente você já assistiu ou pelo menos ouviu falar de alguns deles. Premiados, figuraram entre os melhores longas: Pacarrete, de Allan Deberton; Greta, de Armando Praça; Mãe e Filha, de Petrus Cariry. No final de 2021, Cabeça de Nêgo também brilhou entre os destaques e não podemos esquecer, claro, de Cine Holliúdy, de Halder Gomes, que levou para as telas do cinema nacional o vocabulário “cearensês”.
Agora imagine se todo esse talento pudesse contar com recursos? Poderia chegar ainda mais longe. Pois agora as produções audiovisuais cearenses devem ganhar um novo fôlego com a sanção da Lei que institui o Programa Estadual de Desenvolvimento do Cinema e Audiovisual, o Programa Ceará Filmes, que tem como objetivo a promoção de políticas públicas em prol do setor.
É o que explica Fabiano Piúba, Secretário de Cultura do Ceará: “Essa Lei agora nos dá as bases legais e estruturais para fomentar os processos de criação, produção, circulação, distribuição e formação do audiovisual do Ceará em conexão com o Brasil e com o mundo”.
O secretário aponta ainda a ampla estrutura da Lei que chega para amparar o setor em diversos níveis: “Essa Lei estabelece três instâncias muito fundamentais: a primeira é o Sistema Estadual. A criação também de uma instância própria, uma coordenadoria própria na estrutura da Secretaria da Cultura, que fica responsável pela gestão e execução das políticas do setor, mas, sobretudo, cria o Fundo Setorial do Audiovisual Cearense, que vai estabelecer fontes próprias para o fomento da produção do audiovisual do Estado”. E finaliza “Então a gente acredita que foi um passo político-institucional muito importante, uma conquista da sociedade, mas também da própria Secretaria da Cultura para que a gente possa estar qualificando e consolidando a cena do audiovisual, na sua perspectiva econômica, social, mas também educativa e cultural”.
A sanção foi comemorada por artistas e diversos segmentos que compõem o cinema no estado e são responsáveis por fazer os trabalhos brilharem nas telas. Gente como o diretor e roteirista Karin Aïnouz. “É um programa importantíssimo, que vai possibilitar que a gente tenha autonomia no audiovisual cearense, um audiovisual com tanta força, com tanta capacidade de sonhar, né? Que a gente possa seguir pra frente e continuar sonhando e continuar contando histórias, independente do que tiver acontecendo no Governo Federal. Então é um alento, uma alegria”, reitera.
Entre as principais ações do Programa está a criação de um sistema e um fundo específico para a institucionalização e desenvolvimento do audiovisual. A ideia é levar o jeito cearense de fazer cinema para o mundo.
O cineasta e diretor do Cine Ceará, Wolney Oliveira, também celebra a sanção: “É uma vitória imensa, não só do cinema cearense, mas do cinema do nordeste e do cinema brasileiro. Nós vamos ter, finalmente, depois de uma longa luta, a viabilização de ter uma coordenadoria do audiovisual na Secult, e a Secretaria da Cultura do Ceará comandando esse conjunto de ações que vão incrementar a produção do audiovisual no estado e, bom que se diga, em um dos melhores momentos do cinema cearense, porque o Ceará hoje exporta cinema e essa é uma politica fincada no tripé formação, produção e difusão”
O ator e dramaturgo cearense, Gero Camilo, que atuou em filmes como Carandiru e Bicho de Sete Cabeças, espera que os resultados práticos da nova Lei apareçam logo: “Que esse programa aconteça o mais rápido possível, que se cumpra nesse governo e nos governos seguintes porque esse é o programa de um povo, e que o nosso Ceará ganhe com isso, os nossos produtores, técnicos e artistas ganhem com isso, porque com isso ganha o Brasil e o mundo”.
Ceará Filmes
A ideia da Ceará Filmes surgiu em inúmeras reuniões do audiovisual consolidadas pelas Câmara Setorial do Audiovisual, vindo ao conhecimento e debate junto ao poder público
Entre as principais ações do Programa Ceará Filmes destacam-se o financiamento de políticas públicas para o desenvolvimento econômico, social, cultural, artístico, tecnológico e científico da atividade do audiovisual e da arte e cultura digital, além do fomento à realização de produtos e serviços relativos às atividades do Programa, por meio do Fomento.
Destaque também para o apoio à comercialização e à distribuição de produtos, direitos e serviços, no país e no exterior, os quais tenham recebido fomento especial, nos termos da Lei; a atuação como Film Comission, facilitando as filmagens e promovendo a imagem do Estado do Ceará; e ainda o apoio e subsídio a ações de formação, capacitação e requalificação nas áreas correlatas à atividade do Programa Ceará Filmes, entre outras.
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Fonte: BdF Ceará
Edição: Francisco Barbosa