O PDT aprovou nesta sexta-feira (21) o lançamento de pré-candidatura do ex-governador do Ceará Ciro Gomes à presidência da República. A convenção ocorre na véspera do centenário de Leonel Brizola. Com o slogan “Ciro Gomes, a rebeldia da esperança”, o ex-ministro inaugura nova fase da pré-campanha, idealizada pelo publicitário.
Dessa maneira, Ciro tenta se credenciar a um lugar no segundo turno das eleições deste ano. “Quero renovar minha crença na rebeldia e na esperança encarnadas no povo brasileiro”, disse. Em seu discurso de 5.700 palavras, dedicou duas delas a Brizola, fundador da legenda em 1980.
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Na primeira menção, ao falar da necessidade de iniciativas “urgentes e amplas” para o Brasil “resgatar seu povo”, o que não acontecerá, segundo ele, com “governos de autoritários de toga ou de profissionais do conchavo”. Ciro afirmou, em seguida, almejar uma democracia “aperfeiçoada e modernizada”.
“É sem dúvida o que vai ocorrer neste ano glorioso de 2022, quando comemoramos o Bicentenário da Independência e o centenário do nosso líder imortal, Leonel Brizola”, disse Ciro.
Brizola foi um dos remanescentes do trabalhismo protagonizado pelo presidente João Goulart, deposto pelo golpe de 1964. Antes do golpe, governou o Rio Grande do Sul e, após o retorno do exílio, foi eleito governador do Rio de Janeiro em 1982. Assim, tornou-se o único brasileiro a governar dois estados.
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Em outro trecho do pronunciamento, Ciro declarou que pretende “continuar, ampliar e modernizar a grande obra de Brizola em várias áreas”.
O pré-candidato acrescentou que “o Brasil não precisa de simples faxina, maquiagem ou puxadinhos, como defendem os outros concorrentes: a nação deseja profundamente mudar não apenas o nosso modelo político e econômico, mas também o regime moral”.
Moro "lambe-botas de Bolsonaro"
Seguindo seu estilo, Ciro não se esqueceu de disparar contra os adversários. No momento, aliás, o adversário mais direto na disputa pelo terceiro lugar mas pesquisas, o ex-juiz Sergio Moro, a quem atacou com mais veemência.
“Faz de tudo para esconder a prova cabal de seu fracasso, da sua parcialidade e de sua incompetência”, define.
Curiosamente, Ciro culpa Moro por ter “contribuído” para a eleição de Bolsonaro – ao tirar Lula da disputa em 2018. Mas ao mesmo tempo, culpa o ex-juiz pelo fato de Lula ter recuperado novamente seus direitos políticos. Isso porque, “como juiz parcial, transformou um processo técnico em panfleto político”.