Ouça a Rádio BdF

Brumadinho: “Há uma falta de participação das pessoas atingidas nos acordos “, diz especialista

Marília Andrade, presidente do Nacab, explica que as assessorias técnicas também são ignoradas nos processos decisórios

Hoje, dia 25 de janeiro, faz três anos que a barragem do Córrego do Feijão da Vale S.A se rompeu na cidade de Brumadinho, em Minas Gerais.. O mar de lama, com 13 milhões de metros cúbicos, ceifou a vida de 272 pessoas e soterrou várias casas, animais e floresta.

Apesar da luta de organizações de atingidos e apoiadores para a conquista de indenizações, programas de transferência de renda e outros acordos, a sensação de injustiça pelos danos irreparáveis ainda faz parte da vida dos moradores da região.

A presidenta do Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens (Nacab), Marília Andrade, participa do Entrevista Central, nesta terça-feira(25),  e atualiza como estão os processos contra a empresa Vale, a situação dos atingidos e as principais lutas que os moradores têm travado três anos após o crime.

"O nível de afetamento desse rompimento passa por todas as questões que envolvem o território. As pessoas estão sem o rio, sem lazer, sem trabalho, sem condições de praticarem sua cultura. O processo judicial de Brumadinho não acompanha a vida. Quem está sem água, perdeu casa e familiares não consegue esperar todos esses processos de justiça. Eles tem que lidar com as consequências diariamente desde o acontecido".

Andrade também avalia as fortes chuvas que tem atingido Minas Gerais e explica que as enchentes estão relacionadas com as atividades mineradoras da região.

" Hoje, percebemos que o rompimento da barragem há três anos atrás, afetou a dinâmica da natureza e influencia diretamente nessas enchentes em Minas Gerais, ou seja, as consequências são sentidas até hoje. Vamos esperar quantas barragens se romperem para aprofundar o debate? Mineração não traz desenvolvimento. Só em Minas Gerais,de 400 barragens, 36 correm risco de rompimento ", expõe.

Sobre a atuação das associações de atingidos, de associações e comissões, a especialista revela que falta a participação dos moradores neste processo.

"Há uma falta de participação das pessoas atingidas nos acordos entre a mineradora e o governo. As próprias assessorias técnicas são ignoradas nos processos decisórios para esses moradores. A Vale faz propaganda falando que a água do Rio Paraopeba está pronta pra uso, mas os nosso estudos mostram o contrário. O solo que cerca o rio e que foi afetado pela lama, continua contaminado com rejeitos. As pessoas não podem utilizar a água e o solo para plantar, por exemplo".

E tem mais!

33 cidades nordestinas estão em alerta. O Rio São Francisco está com uma cheia histórica este ano, como não se via desde 2009. O Trilhos do Brasil traz depoimentos de ribeirinhos e especialistas sobre os riscos dessa vazão. A Parada Cultural traz os "Cordéis Barragem Acauã", escrito por Cícero Ferreira. Os folhetos contam a história da população (cerca de 1200 famílias) atingidas pela construção da Barragem de Acauã (PB), comunidade de Cajá, no município de Itatuba, na Paraíba..

Sintonize

Para acompanhar o Central do Brasil, basta sintonizar a TVT em uma antena digital, interna ou externa. Na grande São Paulo, o canal é o 44.1 (sinal digital HD aberto); na NET o canal é o 512 (NET HD-ABC); no UHF, a sintonia é 46; 13 na NET-Mogi; e Canal 12 na Vivo São Caetano do Sul.

A sintonia da Rádio Brasil Atual é 98,9 FM na Grande São Paulo. Também é possível acompanhar a programação radiofônica pelo site do Brasil de Fato.

Quem está fora de São Paulo, pode sintonizar a TVT com a parabólica, via satélite. É necessário direcionar a antena para StarOne C3 Freq: 3973 Mhz Pol: Vertical, DVB-s2; SR: 5000 FEC ¾. Confira mais informações neste link.

Dados da menor estação receptora

Antena: Embrasat modelo RTM 2200Std
Focal-Point
Diâmetro 2,2m
Ganho de recepção no centro do Feixe (Dbi) 37,5
G/T da estação (dB/K) 18,4

Veja mais