Segundo dados divulgados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta terça-feira (25), o Brasil deve ter um crescimento de apenas 0,3% em 2022. A previsão, veiculada no relatório Panorama Econômico Mundial (WEO, em inglês), é bem menor do que a que havia sido anunciada em outubro, quando apontava crescimento de 1,5%.
Para 2023, o FMI projeta saldo positivo de 1,6% na economia, número 0,4 pontos percentuais menor do que o prognóstico divulgado em outubro.
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Com essa redução, caiu 1,2 ponto percentual a projeção de crescimento para a América Latina. A região, que tem no Brasil e no México suas maiores economias, deve crescer 2,4% em 2022. O México tem previsão de crescimento de 2,8%.
Os economistas do FMI não precisaram as razões do baixo crescimento econômico do Brasil. No entanto, apontaram que o menor crescimento da China, junto à alta inflação no mercado interno e a pandemia são alguns dos principais motivos.
O órgão também advertiu sobre o possível surgimento de novas variantes do coronavírus, o que poderia prolongar a pandemia e afetar diretamente os resultados por meio de problemas de logística e abastecimento, além do aumento no preço da energia. (Continua após o vídeo.)
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De olho no desenvolvimento da pandemia
Em relação aos resultados da economia global, o FMI projeta crescimento de 4,4% em 2022 - 0,5% a menos do que a projeção de outubro - e 3,8% em 2023, "principalmente devido às quedas representadas por Estados Unidos e China", disse Gita Gopinath, economista-chefe do FMI.
Outra razão para isso é a rápida disseminação da variante ômicron do coronavírus, que levou a restrições de mobilidade e aumento da escassez de mão de obra, além da inflação e de interrupções no fornecimento de combustível.
No entanto, a influência da ômicron deve ser mais forte principalmente neste primeiro trimestre, com possibilidade de alívio nos trimestres seguintes por, supostamente, ao menos até o momento, tratar-se de uma forma menos grave da doença, segundo o FMI.
O Fundo também calculou as perdas acumuladas causadas pela pandemia, que, até 2024, devem ser de US$ 13,8 trilhões - acima dos US$ 12,5 trilhões previstos anteriormente.
Estados Unidos, China e Europa também em queda
Entre as maiores economias do mundo, como Estados Unidos e China, também houve diminuição nas expectativas de crescimento. O FMI reduziu em 1,2 ponto percentual a previsão de crescimento dos Estados Unidos, por exemplo. Com isso, o país deve crescer 3,9% em 2022 e 2,6% em 2023.
Um dos motivos para isso, apontados pelo Fundo, seria o fracasso do presidente Joe Biden em não conseguir a aprovação, no Senado americano, do ambicioso plano de gastos sociais e contra as mudanças climáticas.
Além disso, outras razões identificadas pelo órgão seriam o impacto da inflação no país, a retirada das medidas de estímulo monetário realizadas durante a pandemia e a escassez de produtos devido a problemas na cadeia de suprimentos.
Já a previsão para a China foi reduzida em 0,8 pontos percentuais, ou seja, para 4,8% em 2022, após crescimento de 8,1% em 2021. Para 2023, o prognóstico indica nova expansão, de 5,2%.
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A redução na projeção de crescimento na economia chinesa, de acordo com o FMI, ocorre muito devido às diferentes medidas restritivas impostas durante a pandemia, como a política de "tolerância zero”, mas também pela crise que assola o mercado imobiliário no país asiático.
"O crescimento está desacelerando à medida que as economias enfrentam restrições de oferta, inflação alta, dívida recorde e incerteza persistente", afirmou Gopinath.
Para a União Europeia, o FMI também rebaixou as previsões de crescimento, que deve ser de 3,9% em 2022 e 2,5% em 2023.