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Chuvas em São Paulo deixam 21 mortos e centenas de famílias desabrigadas

No último final de semana, estado superou a média histórica de precipitação e registrou o equivalente ao volume mensal

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Os temporais, que atingem o estado desde o último sábado (29), também causaram deslizamentos de terra, transbordamento de rios e alagamentos - Prefeitura de Franco da Rocha

As fortes chuvas que atingem o estado de São Paulo provocaram pelo menos 21 mortes, segundo as informações do governo do estado divulgadas nesta segunda-feira (31). De acordo com a Defesa Civil paulista, 660 famílias estão desabrigadas ou desalojadas em 11 cidades.

Os óbitos decorrentes das chuvas em São Paulo foram registrados nas cidades de Franco da Rocha, Francisco Morato, Embu das Artes, Várzea Paulista, Arujá, Ribeirão Preto, Jaú e Itapevi. “Entre as vítimas há um total de oito crianças. Além disso, há seis feridos e 11 desaparecidos”, disse um comunicado da Defesa Civil de São Paulo, nesta segunda-feira (31).

Os temporais que atingem o estado desde sábado (29) também causaram deslizamentos de terra, transbordamento de rios e alagamentos. O governador João Doria (PSDB) anunciou a liberação de R$ 15 milhões para as cidades afetadas.

Chuvas em São Paulo devem persistir

O site Climatempo, especializado em previsão meteorológica, aponta que em várias regiões do estado o total de precipitações entre a noite do dia 26 e a noite de domingo (30) foi quase o volume médio mensal “O acumulado de 4 dias (de 26 a 30 de janeiro) ficou muito próximo (ou até superou) da média histórica de chuva, que varia de 250 milímetros a 300 milímetros para a maioria das áreas do estado de São Paulo, considerando cálculos do Inmet para o período de 1981 a 2010”, informou uma nota no portal.

De acordo com a previsão, há muitas áreas de instabilidade sobre São Paulo hoje e todo o estado está sujeito a chuvas volumosas, o que poderá causar mais transtornos. As áreas de chuva tendem a enfraquecer a partir de amanhã (1º), mas o risco de deslizamentos permanece elevado mesmo com a diminuição da chuva, porque o solo está encharcado.

Franco da Rocha

A prefeitura, a Câmara de Vereadores, o fórum e três delegacias de Franco da Rocha, cidade localizada na Grande São Paulo, ficaram inundadas depois que fortes chuvas atingiram a região ontem. O município registrou o transbordamento de dois rios, alagamentos e deslizamentos. No bairro Parque Paulista, um deslizamento de terra soterrou 15 pessoas.

O Rio Juquery e o Ribeirão Eusébio transbordaram, afetando diferentes regiões da cidade. A circulação de trens foi interrompida, ainda ontem, em parte das estações da Linha 7-Rubi, de Caeiras a Francisco Morato, devido a alagamentos nos trilhos. Em comunicado, a prefeitura pediu que a população evite circular a pé ou de carro, com exceção de moradores de áreas de risco. “O solo está muito encharcado devido ao acumulado dos últimos dias e o risco de deslizamento é muito maior”, apontou.

A represa Paiva Castro atingiu 68% da capacidade no domingo e, segundo a gestão municipal, a água está “sendo bombeada e todas as manobras para evitar a abertura das comportas estão sendo feitas”. A prefeitura apontou que áreas de risco nas proximidades da represa começaram a ser evacuadas e as equipes que monitoram a situação seguem em “alerta máximo”.