Luz, água, gás, cesta básica, aluguel. Essas são contas básicas que impactam nos orçamentos das famílias. E, quem mora na região metropolitana de São Paulo viu esses custos aumentarem significativamente entre o ano de 2020 e 2021. Segundo a pesquisa da Fecomércio, o custo de vida em São Paulo aumentou 10% em 2021, o maior patamar desde 2015.
A psicóloga Giulia Rayel, que decidiu morar sozinha no começo da pandemia conta que sentiu esse baque na diferença de preços no mercado e que por isso, foi necessário trocar marcas e deixar de comer certos alimentos. Segundo Giulia, o principal aumento que ela sentiu no bolso foi o da gasolina.
"Eu vi que umas das principais coisas que mudou pra mim foi deixar de comprar carne. Praticamente virei vegetariana, não por opção filosófica, mas por questão financeira mesmo. Eu passei a comer mais ovo, por mais que tenha mudado o preço. Mas em comparação a carne vale mais a pena. Outra coisa que eu mudei muito (o hábito) foi o produto de limpeza. Antes que comprava vários produtos para coisas diferentes, e hoje em dia faço quase toda a limpeza da casa com água, sabão e água sanitária", relata.
De acordo com a pesquisa, a alta no preço do barril do petróleo no mercado internacional teve reflexos nos gastos das famílias com transporte, um aumento de mais de 20%.
O Executivo de Vendas Gabriel Carvalho, que mora sozinho na região de Osasco, diz que praticamente dobrou o seu gasto mensal com alimentação. Segundo ele, a situação da mãe, que vive com a irmã e ganha um salário-mínimo, é muito pior.
"Inicialmente imperceptível quando olhado por produto, mas quando você vai olhar no final do mês tem um impacto muito alto. Se eu gastava uma média 500 reais com itens básicos no mês, hoje eu gasto quase o dobro disso. Imagina pra quem ganhar um salário mínimo, que é o caso da minha mãe?".
Gabriel conta que também sentiu no bolso o aumento com a tarifa de ônibus e metrô, assim como o preço dos carros por aplicativo.
Segundo a pesquisa, se o custo de vida para as classes sociais A e B, já foi alto, de 9,09%, entre as classes D e E, o aumento foi ainda mais expressivo, de 11,56%.
Josenilda Silva, presidente do Movimento de Favelas, comenta que a situação em 2021 foi mais difícil. Além do aumento nas contas básicas de luz, água, gás de cozinha, ela também deixou de comprar muitos alimentos, o principal foi a carne.
A Fecomercio projeta para 2022 que o índice do custo de vida continue elevado, porém num ritmo menor se comparado a 2021, uma vez que o impacto dos preços já foi absorvido ao longo dos 2 anos de pandemia.
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