Estimulado por pedido de auditoria, feito pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES), o Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu, nesta quinta-feira (3), abrir investigação sobre os elevados gastos do presidente Jair Bolsonaro usando o cartão corporativo.
A corte deverá apurar possíveis irregularidades quanto à publicidade dos gastos. O processo será acompanhado pelo ministro Antonio Anastasia, que assumiu, na semana passada, a vaga deixada após aposentadoria de Raimundo Carreiro.
Em sua página no Twitter, o senador petista afirmou que os gastos do atual presidente da República “estão altíssimos, superando seus antecessores, enquanto falta comida na mesa dos brasileiros”.
Em outra postagem, Contarato destaca que as despesas do governo de Bolsonaro no cartão corporativo somaram, em 2021, o valor de R$ 12 milhões. Se somados os últimos três anos, o valor chega a R$ 29,6 milhões, 19% a mais do que o total gasto pelas gestões de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB) juntas.
Em 2021, as despesas somaram quase R$ 12 milhões. Cabe ao TCU, por força constitucional, a apreciação das contas de Bolsonaro e do bom uso de recursos públicos. Transparência e investigação já! Tenho projeto p/ evitar abuso no uso desses cartões.https://t.co/Q1vNaLMj6u
— Fabiano Contarato (@ContaratoSenado) January 31, 2022
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Gastos sigilosos
Contarato lamentou o caráter sigiloso da maioria dos gastos dos cartões corporativos do governo federal, o que seria contrário ao princípio da transparência com o dinheiro público, em sua avaliação.
“Nos últimos anos, tem se notado um aumento considerável nos gastos da Presidência da República com cartões corporativos, levantando suspeitas não só sobre gastos eventualmente excessivos e/ou supérfluos, mas também sobre a intenção dos seus usuários, que sabem da (indevida) proteção que lhes garante o sigilo imposto às informações com estes gastos”, destaca o senador do Espírito Santo no documento enviado ao TCU.
De acordo com uma pesquisa do Metrópoles Dados do final de 2021, mais de 98% dos gastos dos cartões da Presidência são classificados como sigilosos.
*Com informações do site Metrópoles e da Agência Senado.
Edição: Rodrigo Durão Coelho