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No Dia dos Povos Indígenas, Programa Bem Viver discute papel da literatura na resistência

Visibilidade de autores indígenas não é maior devido à falta de atenção da sociedade e do mercado editorial

Ouça o áudio:

Indígenas reivindicam direitos na 2ª Marcha das Mulheres Indígenas, realizada em 10 de setembro de 2021 - Alass Derivas | @derivajornalismo
Data marca memória do Guarani Sepé Tiaraju, que comandou revolta contra colonizadores

Hoje, 7 de fevereiro, é o Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas, um marco em memória da liderança Guarani Sepé Tiaraju, falecido em 1756 após comandar uma revolta de sete povos indígenas das missões, no Rio Grande do Sul, contra colonizadores portugueses e espanhóis.

Para celebrar a data, a edição de hoje do Programa Bem Viver ouve a pesquisadora e escritora Julie Dorrico, do Povo Macuxi, que é curadora da primeira Mostra de Literatura Indígena do Museu do Índio. Na conversa, ela explica como povos originários têm utilizado a literatura como forma de resistência.

Julie lembra nomes de renomados autores indígenas que há décadas publicam livros de grande valor cultural e intelectual no Brasil. Na opinião dela, a visibilidade destes trabalhos só não é maior pela falta de atenção e respeito que a sociedade e o mercado editorial dão a estes artistas.

MST sob Ataque

A última reportagem a série especial “MST sob Ataque” apresenta a biografia de duas lideranças de grupos bolsonaristas que comandam as ações contra o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) no sul da Bahia. Um deles é o ex-vereador do município de Prado (BA) Jorginho Loures e o outro é Elivaldo Silva, o Liva, que é ex-militante do MST.

Agricultores da região denunciam que integrantes destes grupos prometem que quem sair do MST conseguirá regularizar a terra em que vive com facilidade, devido à proximidade deles com o presidente Jair Bolsonaro. Segundo os assentados, trata-se de uma mobilização para fragmentar o movimento sem-terra.

Além das promessas, acampamentos do MST vêm sendo atacados na região nos últimos anos. O caso mais recente foi em outubro do ano passado, quando pessoas armadas entraram no acampamento Fabio Henrique, atiraram contra moradores, fizeram duas pessoas reféns e atearam fogo em um ônibus escolar.

Audiovisual quilombola

Em Pernambuco, a união de lideranças quilombolas com uma produtora de vídeos resultou em oficinas audiovisuais para jovens das comunidades tradicionais. A iniciativa se chama Tankalé e tem como foco capacitar os participantes para dominar recursos e tecnologias de produção de vídeos e mobilizar sua auto-representação.

A ideia é que esses jovens reforcem o entendimento de porquê e como registrar fatos que contêm a história deles na perspectiva deles. Além de possibilitar novas produções, a iniciativa também está recuperando registros antigos, gravados em fita, que estão sendo digitalizado e postados na internet.


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Edição: Sarah Fernandes