Nesta terça-feira (8), as autoridades venezuelanas confirmaram que capturaram e abateram Carlos Revette, conhecido como "El Koki", um dos chefes das maiores quadrilhas de narcotráfico do país. Desde julho do ano passado, a Força Armada Nacional Bolivariana (Fanb) e o Ministério do Interior haviam iniciado a Operação Índio Guaicaipuro para desarticular os líderes do tráfico de drogas que controlavam a zona oeste da Grande Caracas. No último fim de semana foi ativada a segunda fase do operativo militar.
Os grupos de "El Koki", "El Vampi", "Loco Leo" e "El Garvis" controlavam os maiores bairros do sudoeste da capital: El Valle, Cota 905, La Vega e Cementerio. Além de operar o narcotráfico na zona, o grupo também realizava extorsões e sequestros para seu financiamento. El Vampi havia sido preso ainda nas região da capital durante o início do operativo militar. Já El Koki foi encontrado e morto no estado Aragua, a cerca de 70km a oeste de Caracas.
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No local também foram desmontadas guaritas de vigilância dos grupos criminosos e recuperada uma parte da rodovia Regional Central, que conecta a capital à região ocidental do país, e até então era controlada pelas facções criminosas. Além disso, foram apreendidos armamentos, comunicadores e um livro de contabilidade.
De acordo com o ministro de Interior, Remígio Ceballos, Carlos Revette foi ferido durante um enfrentamento com as forças de segurança do Estado.
"Tomamos o controle da zona e vamos instalar um Centro de Coordenação Policial no mesmo lugar onde estava a casa do grupo criminosos para garantir a paz do povo nestes espaços liberados", afirmou Ceballos.
O sucesso da Operação Cacique Guaicaipuro foi o carro-chefe da campanha de Carmen Meléndez (PSUV) à prefeitura. Meléndez foi ministra do Interior até novembro do ano passado, quando se licenciou do cargo para disputar as eleições municipais em dezembro e terminou eleita prefeita de Caracas.
Ao todo, 37 pessoas foram detidas, entre elas três paramilitares colombianos, e 12 foram mortas, incluindo quatro policiais.
Desde julho de 2021, o governo venezuelano oferecia uma recompensa de US$ 500 mil (cerca de R$ 2,6 milhões) para encontrar "Koki".
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Na época, o presidente Nicolás Maduro denunciou que a inteligência militar venezuelana havia coletado informação de que Carlos Revete teria fugido para a Colômbia, o que também desatou um mandado de busca pela Polícia de Cúcuta, cidade na fronteira colombo-venezuelana.
O presidente da Assembleia Nacional venezuelana, Jorge Rodríguez, também revelou, em julho do ano passado, mensagens que relacionavam ex-deputados e assessores de Juan Guaidó com os líderes dos grupos criminosos.
Após tornar-se pública a captura de "El Koki", o opositor Juan Guaidó afirmou que tratava-se de uma "distração da ditadura".
Edição: Thales Schmidt