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Artigo | Nazifascismo: a radicalização burguesa contra a classe trabalhadora

O fascismo, nas suas variadas vertentes, incluindo a nazista, envidencia a guerra existente entre as classes sociais

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Manifestações neonazistas se espalham pelo Brasil - Agência Brasil

Ainda que muitos tentem negá-la ou evitem reconhecê-la, a luta de classes continua sendo o motor da história, por uma questão óbvia: as classes continuam existindo. Não por outra razão, os corpos pobres, em sua maioria negros, jovens da classe trabalhadora, continuam se acumulando sem vida em avenidas e vielas.

O fascismo, nas suas variadas vertentes, incluindo a nazista, é, em linhas gerais, a radicalização da ação política da direita diante de ações políticas não desejadas da classe trabalhadora. Ele evidencia com maior força e extensão a guerra existente entre as classes e, por consequência, realça a impossibilidade de qualquer enfrentamento nos limites da forma política desejável pela classe dominante.

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Extremo oposto à emancipação humana

O movimento comunista, ao analisar concretamente a realidade, compreende as condições objetivas, o que faz com que tenha que enfrentar a radicalização política da burguesia de forma direta.

A emancipação humana, com a abolição das classes e das opressões delas decorrentes, é o lugar ao sol do marxismo. O nazismo é a expressão máxima do extremo oposto, tendo demonstrado historicamente o escopo da dominância na luta de classes: estabelecimento de hierarquia racial, extermínio em escala industrial, escravização. 

Deve, portanto, ser combatido em todas as suas dimensões, ao contrário do que prega Monark, ex-apresentador do Flow Podcast, em homenagem à liberdade de expressão, liberdade tida aqui como um valor absoluto (talvez não tão absoluto quando se trata do comunismo), ao defender a existência de um partido nazista e a possibilidade do indivíduo autoproclamar-se publicamente antijudeu.

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Falsa equivalência entre nazismo e comunismo

Combinando a palavra grega geno (raça ou etnia) com a latina cídio (matar), temos genocídio, o extermínio de uma raça ou etnia. A fronteira do imutável e a supressão da responsabilidade individual constituem elementos essenciais para a caracterização do genocídio. É importante este realce para, inicialmente, rebater os comentários ao vídeo de Monark, Tábata Amaral e Kim Kataguiri, sobre a falsa equivalência entre o nazismo e o comunismo.

A impropriedade dessa falsa equiparação é, em outras palavras, uma desonestidade histórica que desconsidera origem, escopo, circunstâncias, composição, embasamento teórico e, obviamente, a verdade. E a quem interessa isso? A quem interessa retirar a esperança por uma sociedade distinta da capitalista?

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A direita que nunca se recuperou

Mais importante do que explicitar o que já é cristalino, faz-se mister responder tal pergunta com uma outra obviedade, muitas vezes esquecida ou escondida propositalmente: o ápice da luta de classes no século XX foi marcado pelo enfrentamento do nazismo e do socialismo, este tido como grande vilão para as sociedades capitalistas ocidentais. E a direita nunca se recuperou da derrota que sofreu diante do Exército Vermelho soviético, em 1945. Não à toa, os ataques contantes ao comunismo, até hoje.
 
A fim de evitar maiores delongas: importante não somente enfrentar o nazismo em todas as dimensões possíveis, inclusive recorrendo a sua proibição e criminalização, como é também crucial reivindicar a luta e a trajetória do movimento comunista, o qual, no auge do embate de classes, além de ter salvo a humanidade do projeto nazista, nos mostrou como enfrentar e vencer a radicalização política da burguesia, isto é, o nazifascismo.

Necessário proibir, urgente enfrentar.

 

*A Articulação Judaica de Esquerda é composta por judias e judeus de esquerda que lutam pela prática democrática e pela criação de uma sociedade materialmente justa, igualitária, socialista e antifascista.

**Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Edição: Rodrigo Durão Coelho