Diplomatas de China, Rússia, França, Alemanha, Reino Unido e Irã voltaram a conversas em Viena, na Áustria, nesta terça-feira (8) para a retomada do acordo nuclear iraniano. Também conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA na sigla em inglês), o pacto trocou a suspensão de sanções contra Teerã por mecanismos de supervisão de seu programa nuclear. O acordo, todavia, foi abalado em 2018 quando Donald Trump, então presidente dos EUA, abandonou seus termos de maneira unilateral e aplicou sanções contra o Irã.
Irã e Estados Unidos conversam apenas de maneira indireta e não alcançaram um consenso suspensão das sanções, informa a Al Jazeera. Enquanto Teerã defende a suspensão de todas as sanções, Washington quer retirar apenas aquelas aplicadas por Trump.
Outro possível ponto de desencontro é o prazo para negociação. Enquanto o Irã já defendeu que não deve haver nenhuma data limite para as conversas, membros do governo do presidente dos EUA, Joe Biden, afirmaram à CNN que as conversas estão em um "momento decisivo" e que a atual rodada é "decisiva".
"Como causa da crise nuclear iraniana, os Estados Unidos devem corrigir completamente sua política equivocada de aplicar pressão ilimitada contra o Irã e remover completamente todas as sanções ilegais contra o Irã e terceiros. Nesta base, o Irã deve retomar a plena implementação do acordo", afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China Zhao Lijian.
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A retomada do acordo nuclear iraniano também foi defendida recentemente por Rússia e França. Em coletiva de imprensa do presidente russo, Vladimir Putin, e francês, Emmanuel Macron, o mandatário russo destacou que as posições de Moscou e Paris sobre o assunto são "muito similares".
Com o preço do barril de petróleo próximo de US$ 90, a cotação mais alta desde 2014, um acordo nuclear poderia alterar o mercado internacional da commodity. Como o Irã é um grande produtor de petróleo, o fim das sanções contra suas empresas poderia contribuir para aumentar a oferta e diminuir o preço do barril.
O aumento da produção de petróleo é uma demanda da Casa Branca de Joe Biden, que enfrenta problemas de popularidade e do aumento da inflação nos Estados Unidos.
Edição: Arturo Hartmann