Ao longo dos mais de três anos de mandato, o presidente Jair Bolsonaro (PL) viu sua popularidade entre os evangélicos, grupo que antes preenchia grande parte da sua base eleitoral, ter altos e baixos. Uma pesquisa PoderData, realizada em janeiro deste ano, mostra que entre este grupo há empate técnico, em um cenário de disputa entre Lula (36%) e Bolsonaro (40%).
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Em entrevista para o programa Central do Brasil, transmitido pela TVT e produzido em parceria com o Brasil de Fato, o pastor da Igreja Batista do Caminho e membro do Coletivo Esperançar, Henrique Vieira, explicou por que, cada vez mais, evangélicos têm desaprovado o governo Bolsonaro
Segundo o pastor, os escândalos de corrupção envolvendo sua família e a má gestão de seu governo durante a pandemia de covid-19 foram alguns dos fatores que contribuíram para a desaprovação.
“As pessoas estão cada vez mais percebendo que ali [governo Bolsonaro] tem muita indiferença à vida, muito desprezo pelas pessoas, muita apatia e crueldade diante do sofrimento humano, ou seja, que o Bolsonaro tem uma postura que nada tem a ver com os valores mais singelos e básicos do Evangelho”, afirmou.
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O pastor disse ainda que apesar do campo evangélico possuir um grupo conservador significativo, que apoiou o Bolsonaro nas eleições de 2018, “é importante ter em mente que ele é muito plural, majoritariamente popular e está nas periferias, nas favelas, nos campos, entendendo a realidade da população e se afastando cada vez mais deste governo que nada tem a ver com o amor ao próximo que Jesus pregava”.
Para a coordenadora da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, a jornalista e produtora de rádio, Nilza Valeria, que também cedeu entrevista ao programa, “ser evangélico é falar sobre amor ao próximo”, por isso, julga incoerente o texto publicado pela Igreja Universal do Reino de Deus, no último dia 23 de janeiro, em que orienta os cristãos a não compactuar com ideais da esquerda.
“Em Cristo nós fomos chamados para a liberdade, ninguém determina qual o meu lugar e qual posição devo ter usando o nome de Cristo. Um sistema em que o outro tem o mesmo valor e oportunidades que eu, se isso é ser de esquerda, então minha fé é mais compatível com isso”, declarou.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Mariana Pitasse